Crise expõe perigo de fortalecimento da direita, diz Eric Hobsbawm
Da BBC Brasil
O britânico Eric Hobsbawm, considerado um dos historiadores mais influentes do século 20, disse à BBC nesta terça-feira que o maior perigo da atual crise financeira mundial é o fortalecimento da direita.
"A esquerda está virtualmente ausente. Assim, me parece que o principal beneficiário deste descontentamento atual, com uma possível exceção - pelo menos eu espero - nos Estados Unidos, será a direita", disse Hobsbawn, em entrevista à Rádio 4.
O historiador marxista comparou o atual momento "ao dramático colapso da União Soviética" e ao fim de "uma era específica".
"Agora sabemos que estamos no fim de uma era e não se sabe o que virá pela frente."
Hobsbawn diz não acreditar que a linguagem marxista, que lhe serviu de norte ao longo de toda sua carreira, será proeminente politicamente, mas intelectualmente, "a análise marxista sobre a forma com a qual o capitalismo opera será verdadeiramente importante".
Abaixo, os principais trechos da entrevista.
Muitos consideram o que está acontecendo como uma volta ao estadismo e até do socialismo. O senhor concorda?
Bem, certamente estamos vivendo a crise mais grave do capitalismo desde a década de 30. Lembro-me de um título recente do Financial Times que dizia: O capitalismo em convulsão. Há muito tempo não lia um título como esse no FT.
Agora, acredito que esta crise está sendo mais dramática por causa dos mais de 30 anos de uma certa ideologia "teológica" do livre mercado, que todos os governos do Ocidente seguiram.
Porque como Marx, Engels e Schumpter previram, a globalização - que está implícita no capitalismo -, não apenas destrói uma herança de tradição como também é incrivelmente instável: opera por meio de uma série de crises.
E o que está acontecendo agora está sendo reconhecido como o fim de uma era específica. Sem dúvida, a partir de agora falaremos mais de (John Maynard) Keynes e menos de (Milton) Friedman e (Friedrich) Hayek.
Todos concordam que, de uma forma ou de outra, o Estado terá um papel maior na economia daqui por diante.
Qualquer que seja o papel que os governos venham a assumir, será um empreendimento público de ação e iniciativa, que será algo que orientará, organizará e dirigirá também a economia privada. Será muito mais uma economia mista do que tem sido até agora.
Acredito que esta crise está sendo mais dramática por causa dos mais de 30 anos de uma certa ideologia 'teológica' do livre mercado, que todos os governos do Ocidente seguiram.
E em relação ao Estado como redistribuidor? O que tem sido feito até agora parece mais pragmático do que ideológico...
Acho que continuará sendo pragmático. O que tem acontecido nos últimos 30 anos é que o capitalismo global vem operando de uma forma incrivelmente instável, exceto, por várias razões, nos países ocidentais desenvolvidos.
No Brasil, nos anos 80, no México, nos 90, no sudeste asiático e Rússia nos anos 90, e na Argentina em 2000: todos sabiam que estas coisas poderia levar a catástrofes a curto prazo. E para nós isto implicava quedas tremendas do FTSE (índice da bolsa de Londres), mas seis meses depois, recomeçávamos de novo.
Agora, temos os mesmos incentivos que tínhamos nos anos 30: se não fizermos nada, o perigo político e social será profundo e ainda mais depois de tudo, da forma com a qual o capitalismo se reformou durante e depois da guerra sob o princípio de "nunca mais" aos riscos dos anos 30.
O senhor viu esses riscos se tornarem realidade: estava na Alemanha quando Adolf Hitler chegou ao poder. O senhor acredita que algo parecido poderia acontecer como conseqüência dos problemas atuais?
Nos anos 30, o claro efeito político da Grande Depressão a curto prazo foi o fortalecimento da direita. A esquerda não foi forte até a chegada da guerra. Então, eu acredito que este é o principal perigo.
Depois da guerra, a esquerda esteve presente em várias partes da Europa, inclusive na Inglaterra, com o Partido Trabalhista, mas hoje isso já não acontece.
A esquerda está virtualmente ausente, Assim, me parece que o principal beneficiário deste descontentamento atual, com uma possível exceção - pelo menos eu espero - nos Estados Unidos, será a direita.
O que vemos agora não é o equivalente à queda da União Soviética para a direita? Os desafios intelectuais que isto implica para o capitalismo e o livre mercado são tão profundos como os desafios enfrentados pela direita em 1989?
Sim, concordo. Acredito que esta crise é equivalente ao dramático colapso da União Soviética. Agora sabemos que acabou uma era. Não sabemos o que virá pela frente.
A globalização, que está implícita no capitalismo, não apenas destrói uma herança de tradição como também é incrivelmente instável: opera por meio de uma série de crises.
Temos um problema intelectual: estávamos acostumados a pensar até então que havia apenas duas alternativas: ou o livre mercado ou o socialismo. Mas, na realidade, há muito poucos exemplos de um caso completo de laboratório de cada uma dessas ideologias.
Então eu acho que teremos de deixar de pensar em uma ou em outra e devemos pensar na natureza da mescla. E principalmente até que ponto esta mistura será motivada pela consciência do modelo socialista e das conseqüências sociais do que está acontecendo.
O senhor acredita que regressaremos à linguagem do marxismo?
Desde a crise dos anos 90, são os homens de negócio que começaram a falar assim: "Bem, Marx predisse esta globalização e podemos pensar que este capitalismo está fundamentado em uma série de crises".
Não acredito que a linguagem marxista será proeminente politicamente, mas intelectualmente a natureza da análise marxista sobre a forma com a qual o capitalismo opera será verdadeiramente importante.
O senhor sente um pouco recuperado depois de anos em que a opinião intelectual ia de encontro ao que o senhor pensava?
Bem, obviamente há um pouco a sensação de schadenfreude (regozijo pela desgraça alheia).
Sempre dissemos que o capitalismo iria se chocar com suas próprias dificuldades, mas não me sinto recuperado.
O que é certo é que as pessoas descobrirão que de fato o que estava sendo feito não produziu os resultados esperados.
Durante 30 anos os ideólogos disseram que tudo ia dar certo: o livre mercado é lógico e produz crescimento máximo. Sim, diziam que produzia um pouco de desigualdade aqui e ali, mas também não importava muito porque os pobres estavam um pouco mais prósperos.
Agora sabemos que o que aconteceu é que se criaram condições de instabilidades enormes, que criaram condições nas quais a desigualdade afeta não apenas os mais pobres, como também cada vez mais uma grande parte de classe média.
Sobretudo, nos últimos 30 anos, os benefíciários deste grande crescimento têm sido nós, no Ocidente, que vivemos uma vida imensuravelmente superior a qualquer outro lugar do mundo.
E me surpreende muito que o Financial Times diga que o que se espera que aconteça agora é que este novo tipo de globalização controlada beneficie a quem realmente precisa, que se reduza a enorme diferença entre nós, que vivemos como príncipes, e a enorme maioria dos pobres.
Fonte: BBC Brasil
terça-feira, 21 de outubro de 2008
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
SALVE-SE QUEM PUDER
Do blog
LUIS NASSIF ON LINE
O fim do neoliberalismo trouxe uma enorme contribuição ao pensamento econômico brasileiro: a recuperação do historiador econômico Marcelo de Paiva Abreu para o debate de idéias – depois de ter se envolvido no passionalismo dos “jovens turcos” da PUC-Rio.
Marcelo analisa uma questão relevante já proposta aqui para discussão: a ordem neoliberal, recém-falecida, será substituída por um novo modelo de coordenação mundial ou se partirá para o vale-tudo, de cada país por si?
A opinião dele bate com a do Blog. O primeiro movimento será de fechamento. Clique aqui, para ler seu artigo no Estadão.
Enviada por Luis Nassif
LUIS NASSIF ON LINE
O fim do neoliberalismo trouxe uma enorme contribuição ao pensamento econômico brasileiro: a recuperação do historiador econômico Marcelo de Paiva Abreu para o debate de idéias – depois de ter se envolvido no passionalismo dos “jovens turcos” da PUC-Rio.
Marcelo analisa uma questão relevante já proposta aqui para discussão: a ordem neoliberal, recém-falecida, será substituída por um novo modelo de coordenação mundial ou se partirá para o vale-tudo, de cada país por si?
A opinião dele bate com a do Blog. O primeiro movimento será de fechamento. Clique aqui, para ler seu artigo no Estadão.
Enviada por Luis Nassif
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
EXPLICANDO...
Explicando: Entenda a crise americana e mundial!
Você deve estar cansado de ouvir nos jornais sobre a crise na economia americana, mas como não tem saco pra prestar atenção e entender todo aquele papo jornalístico, aqui vai uma versão para leigos do que aconteceu na economia dos EUA:
É assim:
O seu José tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça ‘na caderneta’ aos seus leais fregueses, todos bêbados e quase todos desempregados. Porque decidiu vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito) e ter um lucro maior. O gerente do banco do seu José, um ousado administrador formado em curso de Administração e com MBA, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao boteco tendo a pindura dos pinguços como garantia.
Mais adiante, alguns executivos do banco lastreiam os tais recebíveis e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outra sigla financeira que ninguém sabe exatamente o que quer dizer. Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F (Bolsa de Mercadoria e de Futuros), cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu José ).
Mais adiante, esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países. Até que alguém descobre que os bêbados desempregados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu José vai à falência.
E toda a cadeia desmorona.
Fim.
Do site ABCTUTORIAL.
Comentário do Marisco: Excelente. Muito bem explicado.
Você deve estar cansado de ouvir nos jornais sobre a crise na economia americana, mas como não tem saco pra prestar atenção e entender todo aquele papo jornalístico, aqui vai uma versão para leigos do que aconteceu na economia dos EUA:
É assim:
O seu José tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça ‘na caderneta’ aos seus leais fregueses, todos bêbados e quase todos desempregados. Porque decidiu vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito) e ter um lucro maior. O gerente do banco do seu José, um ousado administrador formado em curso de Administração e com MBA, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao boteco tendo a pindura dos pinguços como garantia.
Mais adiante, alguns executivos do banco lastreiam os tais recebíveis e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outra sigla financeira que ninguém sabe exatamente o que quer dizer. Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F (Bolsa de Mercadoria e de Futuros), cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu José ).
Mais adiante, esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países. Até que alguém descobre que os bêbados desempregados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu José vai à falência.
E toda a cadeia desmorona.
Fim.
Do site ABCTUTORIAL.
Comentário do Marisco: Excelente. Muito bem explicado.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
QUEM É O DONO DA CRISE?
Continuamos a afirmar nossa crença de que esta, como qualquer outra crise econômico-financeira porque passou o mundo, é fruto de movimentos meramente especulativos. A intenção de desestabilizar as economias nacionais para, criado o caos, estabelecer uma gangorra financeira, onde uma minoria organizada e atuando de forma concatenada, possa auferir lucros exorbitantes e muito rapidamente, está clara e vem se desenvolvendo aos nossos olhos. O sobe-desce das bolsas e das cotações das moedas apenas confirmam o que estamos dizendo.
Foi assim com as crises dos “Tigres Asiáticos”, da Rússia, da Turquia, do México, da Argentina, como a do Brasil, em 1999, quando a cotação do dólar dobrou em poucas semanas.
O que chama atenção nesta crise, é que, diferente das demais, ela não se desenvolveu a partir de um país periférico, mas dentro de um país central. Aliás, o país-centro do capitalismo. Talvez por isso a excitação que domina a grande mídia internacional (e também, internacionalizada).
Já lemos e ouvimos muitas bobagens sobre esta crise. Alguns a comparam com o crash de1929 e à longa recessão que se seguiu. Alguns, alarmistas e profetizando o apocalipse, lembram que a crise iniciada em 1929 e que contaminou todo o mundo, levando à deflagração da II Grande Guerra, estará, agora, a se repetir. Economistas, jornalistas, professores, muitos profissionais do mercado financeiro, ficam se repetindo uns aos outros, com a clara intenção de espalhar o pânico. Chamam de crise de desconfiança. Desconfiança por eles mesmos disseminada.
Não estamos falando de figuras como o Prof. Almar, do vídeo postado em 14/10/08, que, além de profetizar o caos, cuida de vender a salvação. Estamos nos referindo a figuras de notório saber e apresentados pela grande mídia como personagens a quem supor dúvidas seria, no mímino, heresia.
Garantem que esta não é uma crise do capitalismo. Ora, se não é do capitalismo, então é uma crise do socialismo? Pode até ser, já que a solução tem sido estatizar bancos, financeiras, seguradoras, grandes empresas em situação pré falimentar. O mundo descobriu o socialismo de mercado e a securitização da especulação no bolso da sociedade.
É preciso entender o que diz o economista Mendonça de Barros, presidente do BNDES neoliberal de FHC, financiador-mor das privatizações nem sempre transparentes (algumas bastantes obscuras, até, e não explicadas, mas que continuarão obscuras, pois, por óbvio, jamais serão explicadas). Pois bem, esta semana o economista conseguiu ser específico ao extremo, ao afirmar que esta, sequer, é uma crise do neoliberalismo. Condescendente, acredita, apenas, que o neoliberalismo não sairá ileso. Contudo, o que ele diz é que o neoliberalismo, mantido sério, sairá da crise ainda mais forte e robusto. Só não explicou o que seria o neoliberalismo desprovido de seriedade.
Foi assim com as crises dos “Tigres Asiáticos”, da Rússia, da Turquia, do México, da Argentina, como a do Brasil, em 1999, quando a cotação do dólar dobrou em poucas semanas.
O que chama atenção nesta crise, é que, diferente das demais, ela não se desenvolveu a partir de um país periférico, mas dentro de um país central. Aliás, o país-centro do capitalismo. Talvez por isso a excitação que domina a grande mídia internacional (e também, internacionalizada).
Já lemos e ouvimos muitas bobagens sobre esta crise. Alguns a comparam com o crash de1929 e à longa recessão que se seguiu. Alguns, alarmistas e profetizando o apocalipse, lembram que a crise iniciada em 1929 e que contaminou todo o mundo, levando à deflagração da II Grande Guerra, estará, agora, a se repetir. Economistas, jornalistas, professores, muitos profissionais do mercado financeiro, ficam se repetindo uns aos outros, com a clara intenção de espalhar o pânico. Chamam de crise de desconfiança. Desconfiança por eles mesmos disseminada.
Não estamos falando de figuras como o Prof. Almar, do vídeo postado em 14/10/08, que, além de profetizar o caos, cuida de vender a salvação. Estamos nos referindo a figuras de notório saber e apresentados pela grande mídia como personagens a quem supor dúvidas seria, no mímino, heresia.
Garantem que esta não é uma crise do capitalismo. Ora, se não é do capitalismo, então é uma crise do socialismo? Pode até ser, já que a solução tem sido estatizar bancos, financeiras, seguradoras, grandes empresas em situação pré falimentar. O mundo descobriu o socialismo de mercado e a securitização da especulação no bolso da sociedade.
É preciso entender o que diz o economista Mendonça de Barros, presidente do BNDES neoliberal de FHC, financiador-mor das privatizações nem sempre transparentes (algumas bastantes obscuras, até, e não explicadas, mas que continuarão obscuras, pois, por óbvio, jamais serão explicadas). Pois bem, esta semana o economista conseguiu ser específico ao extremo, ao afirmar que esta, sequer, é uma crise do neoliberalismo. Condescendente, acredita, apenas, que o neoliberalismo não sairá ileso. Contudo, o que ele diz é que o neoliberalismo, mantido sério, sairá da crise ainda mais forte e robusto. Só não explicou o que seria o neoliberalismo desprovido de seriedade.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
ANÁLISE RACIONAL
Dois vídeos que apresentam análises racionais sobre a crise econômico-financeira porque passa o mundo. Embora este blog continue afirmando que esta crise, como todas as outras, é fruto de movimentos meramente especulativos, as posições apresentadas nos vídeos fogem dos atalhos idiotas e alarmistas das profecias apocalípticas sobre as conseqüências da crise no Brasil abraçadas até por economistas e profissionais do mercado financeiro, notoriamente apresentados pela mídia como competentes.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
domingo, 12 de outubro de 2008
TEM OPINIÃO PARA TODOS OS GOSTOS
Crise econômica mundial chega ao futebol
Nos EUA teve início uma crise econômica que afeta o mundo todo atualmente (e vai saber até quando). Os efeitos desse mau momento não são notados apenas nos indicadores econômicos apresentados nos jornais. Até o futebol é prejudicado pela crise.
Alguns casos exemplificam isso no Brasil. O Botafogo deve salários e premiação. O presidente do clube, Bebeto de Freitas, aguarda que a crise econômica se abrande e os juros diminuam, pois ele pretende buscar recursos no mercado financeiro para pagar essas dívidas.
Outro problema devido à crise é o caso de jogadores emprestados que têm seus direitos federativos e econômicos estipulados em moeda estrangeira. Por exemplo, o Corinthians quer adquirir os direitos do atacante Herrera na próxima temporada. Para isso precisa desembolsar U$ 3,2 mi no final de dezembro de 2008. Com o dólar instável, esse valor, que já correspondeu a R$ 5,5 mi, está em torno de R$ 7 mi.
No futebol europeu também há resquícios da crise econômica. Exemplo disso é a Premier League, liga mais rica do mundo. O presidente da Federação Inglesa de Futebol não nega a possibilidade de um grande clube inglês falir, já que muitos deles têm parcerias com empresas envolvidas com uma grande quantidade de capital nos negócios mundiais.
O futebol é tratado cada vez mais como um negócio. Portanto, uma conseqüência previsível é que ele seja prejudicado por crises econômicas.
Do blog Passes de Letra
----
Comentários do Marisco: Culpa da atual crise econômica, clube brasileiro dever salários?! Dívidas do Botafogo?!
Quem escreve no blog "Passes de Letra" veio de quê planeta?
Fazer paralelo entre crise econômica e futebol inglês, abarrotado de dinheiro da máfia russa, é no mímino piada.
Por fim, usar o Corinthians (o da MSI) como exemplo... dizer o quê?
Nos EUA teve início uma crise econômica que afeta o mundo todo atualmente (e vai saber até quando). Os efeitos desse mau momento não são notados apenas nos indicadores econômicos apresentados nos jornais. Até o futebol é prejudicado pela crise.
Alguns casos exemplificam isso no Brasil. O Botafogo deve salários e premiação. O presidente do clube, Bebeto de Freitas, aguarda que a crise econômica se abrande e os juros diminuam, pois ele pretende buscar recursos no mercado financeiro para pagar essas dívidas.
Outro problema devido à crise é o caso de jogadores emprestados que têm seus direitos federativos e econômicos estipulados em moeda estrangeira. Por exemplo, o Corinthians quer adquirir os direitos do atacante Herrera na próxima temporada. Para isso precisa desembolsar U$ 3,2 mi no final de dezembro de 2008. Com o dólar instável, esse valor, que já correspondeu a R$ 5,5 mi, está em torno de R$ 7 mi.
No futebol europeu também há resquícios da crise econômica. Exemplo disso é a Premier League, liga mais rica do mundo. O presidente da Federação Inglesa de Futebol não nega a possibilidade de um grande clube inglês falir, já que muitos deles têm parcerias com empresas envolvidas com uma grande quantidade de capital nos negócios mundiais.
O futebol é tratado cada vez mais como um negócio. Portanto, uma conseqüência previsível é que ele seja prejudicado por crises econômicas.
Do blog Passes de Letra
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Comentários do Marisco: Culpa da atual crise econômica, clube brasileiro dever salários?! Dívidas do Botafogo?!
Quem escreve no blog "Passes de Letra" veio de quê planeta?
Fazer paralelo entre crise econômica e futebol inglês, abarrotado de dinheiro da máfia russa, é no mímino piada.
Por fim, usar o Corinthians (o da MSI) como exemplo... dizer o quê?
sábado, 11 de outubro de 2008
ATÉ O HE-MAN OPINA
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Opinião do He-man sobre o mercado de opções.
O Marisco achou essa no YouTube.
Abaixo do vídeo, um dos comentários era:
"Queda da bolsa é pior do que divórcio! Perdi metade do meu patrimônio e minha mulher ainda tá em casa!"
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
CRISE?! MAS QUAL CRISE?
10 Outubro 2008
Crise?! Mas qual crise?
Arreglei os olhos. Esfregei-os com os indicadores. Pus algumas gotas de descongestionante, não fosse estar a ver mal. Não estava. Crise, diz ele. Mas qual crise? Já tínhamos saído da crise? Ou chegou alguma crise nova?
Talvez o senhor João Salgueiro não saiba, mas a esmagadora maioria da população não é dona de nenhum banco e, portanto, há muito sente a crise. A crise dos preços que não param de subir, embora os salários se mantenham sempre na mesma. A crise da classe dirigente portuguesa que continua a entregar-se a grandes negociatas à custa do erário público (num tempo de crise). A crise mental, que encontra termos como pântano, charco e afins para a designar.
Segundo a Wikipedia (fonte nem sempre de confiança, quiçá por causa da crise) o termo crise tem a mesma equivalência da palavra vento. Indica um estágio de alternância.
Será que a pouco e pouco assistiremos à substituição de uma velha e enfatuada burguesia por uma nova classe, oriunda das letras C e inferiores? Ou será que a crise é apenas o medo dessa velha e enfatuada burguesia fruto de uma má formação literária?
Publicada por pisca de gente
----
Obs.: João Salgueiro é presidente da Associação Portuguesa de Bancos.
----
Nota do Marisco: Reprodução de postagem de um blog de Portugal.
Ainda há quem ache português burro.
Os especuladores estão rolando do rir. Crise? Estão só dando corda, até chegar o fundo do poço. Depois é só jogar (de novo) o dinheiro dos outros, que eles administram, e puxar a corda. Aí é só lucro para a especulação e prejuízo para a sociedade.
História velha: capitalizar o lucro e socializar o prejuízo.
Crise?! Mas qual crise?
Arreglei os olhos. Esfregei-os com os indicadores. Pus algumas gotas de descongestionante, não fosse estar a ver mal. Não estava. Crise, diz ele. Mas qual crise? Já tínhamos saído da crise? Ou chegou alguma crise nova?
Talvez o senhor João Salgueiro não saiba, mas a esmagadora maioria da população não é dona de nenhum banco e, portanto, há muito sente a crise. A crise dos preços que não param de subir, embora os salários se mantenham sempre na mesma. A crise da classe dirigente portuguesa que continua a entregar-se a grandes negociatas à custa do erário público (num tempo de crise). A crise mental, que encontra termos como pântano, charco e afins para a designar.
Segundo a Wikipedia (fonte nem sempre de confiança, quiçá por causa da crise) o termo crise tem a mesma equivalência da palavra vento. Indica um estágio de alternância.
Será que a pouco e pouco assistiremos à substituição de uma velha e enfatuada burguesia por uma nova classe, oriunda das letras C e inferiores? Ou será que a crise é apenas o medo dessa velha e enfatuada burguesia fruto de uma má formação literária?
Publicada por pisca de gente
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Obs.: João Salgueiro é presidente da Associação Portuguesa de Bancos.
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Nota do Marisco: Reprodução de postagem de um blog de Portugal.
Ainda há quem ache português burro.
Os especuladores estão rolando do rir. Crise? Estão só dando corda, até chegar o fundo do poço. Depois é só jogar (de novo) o dinheiro dos outros, que eles administram, e puxar a corda. Aí é só lucro para a especulação e prejuízo para a sociedade.
História velha: capitalizar o lucro e socializar o prejuízo.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO CENÁRIO BRASILEIRO - BRASIL
Mais de um mês postando sobre a Baía de Sepetiba. O mote foi oferecido pela colaboradora do blog, Marcia Benevides Leal, e aproveitamos para embarcar. Devem todos pensar: o Marisco não fala sobre outra coisa? Bem , a intenção principal foi sempre mostrar, através do caos de Sepetiba, a degradação ambiental cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. Quantas outras “Sepetibas” espalhadas pelo Brasil? Quantas baías de poluição temos em nosso país? A ação humana degradando ambientes dos mais belos e maravilhosos. As “otoridades” por omissão, mas principalmente por ação direta, levam à destruição. Onde se lê Baía de Sepetiba, leia-se Todos os Santos (BA), Guanabara (RJ), Aratu (BA), Paranaguá (PR), Babitonga (SC), Santos (SP), ou tantos rios poluídos, alguns onde não se encontram formas de vida, como Tietê e Pinheiros (SP), Faria-Timbó e Sarapuí (RJ). Outros tantos agredidos pelo despejo de dejetos industriais e esgoto in natura. Rios Subaé (BA), Paraíba do Sul (MG/RJ), Muriaé (MG/RJ), Guaíba (RS), Iguaçu (PR), Barigüi (PR), Cachorros (MA), Ribeira de Iguape (PR/SP), Mucuri (MG/ES/BA), Anil (MA), Bacanga (MA). Canais do Cunha (RJ), do Linguado (SC), do Calunga (AL). Ribeirão Capivari (SP), que desce a Serra da Mantiqueira e o São Francisco, o Velho Chico, o rio da integração nacional, assoreado e atingido pelo escoamento de agrotóxicos, assim como as águas do Pantanal, agredidas pelo desmatamento, pela intensificação da agropecuária e, também, pelo escoamento de agrotóxicos. Bacias inteiras poluídas, como a dos Sinos (RS) e do Pino (PE). As cursos d'água das Baixadas Santista (SP) e Fluminense (RJ). Lagoas da Conceição (SC), Pituaçu (BA), Imboassica (RJ), Rodrigo de Freitas (RJ), dos Patos (RS).
Por outro lado, basta trocar o nome da Ingá Mercantil por Alumar, Petrobras, Siderúrgica Gerdau Riograndense, Bayer, CSN, Vale, Companhia Siderúrgica do Atlântico, COCELPA, Rio Pomba Cataguases, ou qualquer outra indústria química, petroquímica, usinas de produção de açúcar e álcool, indústria naval e outras tantas que despejam diariamente em nossas águas esgoto doméstico e industrial, resíduos de lixões, agrotóxicos, óleos, poluentes orgânicos persistentes, metais pesados, etc. Podemos citar, ainda, empresas portuárias como a Cia. Docas, da qual postamos publicação em que, obviamente, defende e apresenta o Porto de Sepetiba/Itaguaí (RJ) como uma jóia da coroa, assim como todo seu complexo portuário. Ainda o Complexo Industrial Portuário de Suape (PE), que ao destruir os manguezais e demais biomas da região onde se reproduziam diversas espécies marinhas, provocou ataques a humanos por parte de tubarões famintos, que não encontravam mais nas águas elementos naturais de sua cadeia alimentar.
Por fim, um triste exemplo de personagem que se multiplica na elite política brasileira. O Sr. Carlos Minc, que na cronologia das postagens aparece como deputado estadual, secretário estadual do ambiente e, finalmente, como ministro do meio ambiente. Desde sua atuação, ainda como deputado estadual, criando lei relativa à poluição na Baía de Sepetiba e à Ingá Mercantil, a poluidora, até a sua gestão como ministro, deixou de lado os interesses e as necessidades dos trabalhadores atingidos. No mínimo estranho, para alguém filiado a um partido dito dos Trabalhadores.
Por outro lado, basta trocar o nome da Ingá Mercantil por Alumar, Petrobras, Siderúrgica Gerdau Riograndense, Bayer, CSN, Vale, Companhia Siderúrgica do Atlântico, COCELPA, Rio Pomba Cataguases, ou qualquer outra indústria química, petroquímica, usinas de produção de açúcar e álcool, indústria naval e outras tantas que despejam diariamente em nossas águas esgoto doméstico e industrial, resíduos de lixões, agrotóxicos, óleos, poluentes orgânicos persistentes, metais pesados, etc. Podemos citar, ainda, empresas portuárias como a Cia. Docas, da qual postamos publicação em que, obviamente, defende e apresenta o Porto de Sepetiba/Itaguaí (RJ) como uma jóia da coroa, assim como todo seu complexo portuário. Ainda o Complexo Industrial Portuário de Suape (PE), que ao destruir os manguezais e demais biomas da região onde se reproduziam diversas espécies marinhas, provocou ataques a humanos por parte de tubarões famintos, que não encontravam mais nas águas elementos naturais de sua cadeia alimentar.
Por fim, um triste exemplo de personagem que se multiplica na elite política brasileira. O Sr. Carlos Minc, que na cronologia das postagens aparece como deputado estadual, secretário estadual do ambiente e, finalmente, como ministro do meio ambiente. Desde sua atuação, ainda como deputado estadual, criando lei relativa à poluição na Baía de Sepetiba e à Ingá Mercantil, a poluidora, até a sua gestão como ministro, deixou de lado os interesses e as necessidades dos trabalhadores atingidos. No mínimo estranho, para alguém filiado a um partido dito dos Trabalhadores.
sábado, 4 de outubro de 2008
A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO CENÁRIO BRASILEIRO - BAÍA DE SEPETIBA - X
Sepetiba e o processo de degradação ambiental
Por
Bianca Wild
Muito embora eu não possua muita propriedade para estar dissertando acerca deste tema específico, “degradação ambiental”, posso falar como simples cidadã, que entende mesmo que superficialmente os males que podem causar o despejo de esgoto sanitário sem tratamento em uma baía, o vazamento de material tóxico na mesma, o assoreamento desta unido ao despejo de esgoto, material químico, lixo orgânico etc.
Sepetiba vem sendo vítima de um processo de degradação há mais de 20 anos, ora, pois em minha adolescência já havia ouvido falar, muito antes de morar no local em uma grande mortandade de peixes ocorrida aproximadamente no ano de 1992, em 1996, quando me mudei para o bairro, não encontrei a praia maravilhosa que minha mãe sempre falava, contando histórias de sua adolescência, toda a extensão da “orla” de Sepetiba já havia sido tomada pela lama, claro que nem tanto como hoje, pois as obras do porto ainda não estavam concluídas, áreas de vegetação já haviam sido devastadas para construção de casas, e quando a maré estava baixa já dava para sentirmos o cheiro ruim exalando da lama resultante da mistura de esgoto, lixo, material químico dentre outros elementos maléficos para a saúde dos humanos e dos animais presentes na mesma.
Quem conhece a história do bairro, e da maioria das regiões próximas ao litoral, das praias, sabe que inicialmente a fonte de renda dos primeiros moradores era baseada na pesca, em nosso caso específico, da região Oeste da cidade do Rio de janeiro, na pesca e no plantio de determinados espécimes vegetais, frutas etc., como por exemplo, a laranja no caso do bairro de Campo Grande e algumas imediações, enfim, sendo assim, com a degradação, com a poluição da baía de Sepetiba, os pescadores se viram acuados, sem respaldo e o pior sem ter a quem e como recorrer. Esboçarei a seguir alguns dados sobre a situação de nossa Baía.
A Baía de Sepetiba é um corpo de águas salinas e salobras, que se comunica com o oceano Atlântico por meio de duas passagens, na parte oeste entre os cordões de ilhas que limitam com a ponta da Restinga, e na porção leste, pelo canal que deságua na Barra de Guaratiba, constitui um criadouro natural para diversas espécies em suas áreas de mangue e zonas estuarinas, o que faz com que a atividade pesqueira seja um importante suporte econômico e social para a região, ou, fazia... A bacia hidrográfica contribuinte da Baía de Sepetiba possui cerca de 2617 km2, com 19,7% de área de preservação ambiental e 9,2% de área urbana ( dados dos anos de 1990 à 1997). Em termos fisiográficos, a bacia de contribuição da Baía de Sepetiba é formada por duas unidades distintas: uma região serrana, representada pela serra do mar, e uma outra que é representada por uma significativa área de planície, cortada por vários cursos d’água, formando 22 sub-bacias. A Baía recebe ainda aproximadamente 160 m3/s do rio Paraíba do Sul, por transposição de bacia, desviada na barragem de Santa Cecília, atingindo o Riberão das Lajes, um dos formadores do rio Guandu.
Os principais fatores que provocam a poluição na Baía de Sepetiba são os componentes orgânicos e os originários dos esgotos domésticos, sanitário, dos efluentes industriais.Infelizmente, não existe medição direta das cargas orgânicas lançadas na Baía. Sendo assim, as cargas são estimadas a partir da população de cada bacia contribuinte de drenagem e da atividade econômica desenvolvida em cada região.
A carga orgânica produzida pela bacia de contribuição, de cerca de 70.000 kg DBO/dia (1990 à 1997), é lançada, na prática, sem qualquer tratamento, nos rios e canais que deságuam suas águas na Baía. A carga orgânica proveniente dos esgotos domésticos chega à Baia de Sepetiba de forma mais concentrada na porção leste, na faixa litorânea, proveniente de cursos d’água que drenam áreas densamente povoadas (ou seja, nossa região é seriamente atingida, Sepetiba). Uma parcela muito pequena deste esgoto é dotada de algum tratamento, e mesmo com as obras que estão ocorrendo hoje, alguns conhecidos do COPPE (UFRJ) afirmaram que as mesmas não mudarão muito a situação de nossas praias, além de estarem sendo feitas de forma equivocada, ou errada, sem a preparação, e/ou construção, de um “cinturão” adequado dentre outros “erros” que eu não poderia citar devido ao meu desconhecimento na área, o que futuramente poderia até mesmo provocar “retornos” no sistema de esgoto das casas. No município do Rio de Janeiro, responsável pela maior população urbana da bacia da Baía de Sepetiba, praticamente não existem sistemas coletores de esgoto sanitário implantados e quando existem não são dos melhores.
Os efluentes das fossas sépticas, geralmente sem sumidouro, são lançados nas galerias de águas pluviais ou em valas e chegam aos cursos d’água, afetando a qualidade das águas, não somente dos rios e canais, mas da Baía de Sepetiba, que recebe toda a contribuição deste esgoto, no nosso caso temos os “valões” existentes em nosso bairro, que “jogam” diretamente o esgoto proveniente de nossas casas, da casa de saúde república da Croácia, do posto de saúde etc., sem nenhum tratamento em nossa praia.
A Baía de Sepetiba está em estado de alerta. É desta maneira que os ambientalistas definem a situação criada pelo excesso de empreendimentos para área de 450 quilômetros quadrados de água, entre a Restinga de Marambaia, ao sul, e pela Baía de Ilha Grande, a oeste. Atualmente, existem dois terminais de carga funcionando na baía e ainda será inaugurado mais um porto, o da CSN. A Feema já tomou conhecimento do projeto de mais três portos, que ainda não tiveram os pedidos de licença ambiental enviados.
Enquanto isso, a Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente já negou a licença para duas empresas interessadas na instalação de portos na baía de Sepetiba. Negou para as empresas Brasore e BHP Billiton. O biólogo Leonardo Flach, do Projeto Boto-cinza, patrocinado pela “Vale do Rio doce”, afirma que Sepetiba já está no limite de empreendimentos. Daqui para frente deveria ser barrado qualquer porto ou atividade. Este excesso pode desencadear uma degradação em cadeia e Sepetiba pode virar uma Baía de Guanabara - disse.
O Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores da Uerj (MAQUA) encontrou nos botos de Sepetiba concentrações de resíduos industriais que prejudicam o sistema imunológico, hormonal, diminuem a capacidade de reprodução e causam anomalias ósseas.
-" O boto é a sentinela da vida na baía. Se ele sente, todos sentem ".
Por comparação com os outros setores, o setor metalúrgico é o de maior relevância no que concerne a níveis de poluição, tanto em função de quantidade produzida, quanto de importância na poluição das águas e sedimentos da Baía de Sepetiba, com o lançamento de efluentes líquidos e resíduos tóxicos sem o devido tratamento, constituídos de altas concentrações de metais pesados, principalmente o zinco e o cádmio. O cádmio, mesmo em concentrações baixas, além de ser altamente tóxico para determinadas espécies aquáticas, tem efeitos sobre o organismo humano, podendo se acumular lentamente em vários tecidos do corpo como os ossos, fígado, rins, pâncreas e tireóide. O zinco, também cumulativo, causa sérios problemas na fisiologia, principalmente dos peixes, tornando-os impróprios para o consumo. O homem ao se alimentar sistematicamente desses peixes contaminados, pode adquirir problemas de pele e mucosas.
Os principais cursos d'água que recebem efluentes industriais são, rio Poços-Queimados, que drena áreas industriais do município de Queimados; Prata do Mendanha e Campinho, afluentes do Guandu-Mirim, que drenam as áreas industriais de Campo Grande, sendo que o primeiro também recebe as águas de lavagem da Estação de Tratamento de Águas Guandu; o Canal do Itá, que drena as áreas industriais da porção leste da R.A. de Santa Cruz e o Canal Santo Agostinho, que drena o Distrito Industrial de Santa Cruz.
Cabe destacar que nossas praias, localizadas no bairro de Sepetiba, estão localizadas em uma região denominada “fundo de baía” o que faz com que os resíduos que vêem com as marés de outras localidades da baía e de seus efluentes sejam depositados aqui com maior facilidade, a região também é conhecida como “saco de Sepetiba” por tratar-se de uma região em forma de saco obviamente.
Bimestralmente a Feema realiza o monitoramento da Baía de Sepetiba em 14 estações de amostragem, com o objetivo de acompanhar os principais indicadores físico-químicos de qualidade de água, bem como a qualidade dos sedimentos e da biota.O objetivo principal do monitoramento da Baía de Sepetiba visa à avaliação da qualidade dos sedimentos e a previsão do fluxo de contaminantes, cujos indicadores possibilitam a avaliação dos níveis de contaminação e permitem avaliar a evolução da poluição de origem industrial ao longo do tempo proveniente não apenas da bacia hidrográfica, como também da Cia. Mercantil e Industrial Ingá.
Localizada no município de Itaguaí, Ilha da Madeira, ZUPI de Coroa Grande, a Cia. Mercantil Ingá, que tinha como principal atividade a produção de zinco de alta pureza, atualmente interditada e em situação falimentar representa ainda, o maior risco potencial de agressão ao ecossistema da região. Seus estoques de resíduos, acumulados há mais de 30 anos, contaminaram e ainda ameaçam o equilíbrio ecológico da Baía de Sepetiba. Hoje, a Ingá, encontra-se sob intervenção Federal. 20 milhões de m3 de lama contaminada com metais pesados, oriundos da falida ingá mercantil, e que esta sendo enterrada sem os devidos cuidados no fundo da baia de Sepetiba, com a conivência dos órgãos ambientais.
Em nossa Baía encontra-se o Porto de Sepetiba, no município de Itaguaí, que ocupa uma área de 10,4 milhões de metros quadrados no Município, ao sul e a leste da Ilha da Madeira. A ampliação e a expansão do Porto de Sepetiba, do canal de acesso e bacia de evolução, visando sua adequação para o recebimento de navios cada vez maiores e mais rápidos, exigiu a realização de obras de dragagem para o aprofundamento do canal, o que significou uma intervenção potencialmente poluidora e além do conseqüente assoreamento de nossas praias.
O quadro ambiental da baía, segundo denúncia do ambientalista Sérgio Ricardo, coordenador do Fórum de Meio Ambiente e Qualidade de Vida da Zona Oeste e da Baía de Sepetiba, "é uma bomba-relógio, pronta para explodir, a exemplo do que ocorreu há 10 anos".Pescadores que residem na comunidade em torno da Baía ingressaram com várias denúncias junto aos organismos responsáveis pela conservação ambiental, nas quais apontam o perigo de um acidente ecológico de grandes proporções no local, mas há quase uma década, sempre que os níveis pluviométricos aumentam, "só resta ao povo rezar para o dique da Ingá não arrebentar e levar aquele veneno para as águas da baía", disse Ricardo.
Carlos Minc, hoje ministro do meio ambiente, já denunciou essa situação, há mais de quatro anos. Segundo o político ecologista, o dique contém cádmio e zinco, produtos altamente cancerígenos como já foi dito anteriormente. Quando ocupava a Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Rio, ele pediu à Justiça o confisco dos bens dos donos da Ingá.
O governo federal priorizou o porto de Sepetiba, o que sem dúvida ajudará o desenvolvimento da região, mas se esqueceu de dar uma contrapartida às prefeituras, pescadores e ao meio ambiente da região, conforme Carlos Minc.
A Companhia Mercantil e Industrial Ingá foi condenada, desde novembro de 2000, por contaminação da água com metais pesados na Baía de Sepetiba,. A empresa deveria construir um aterro industrial e remover, em 60 dias, os 3 milhões de toneladas de resíduos químicos deixado na Ilha da Madeira, em Itaguaí, o que ainda não ocorreu.
Em outra denúncia ao Ministério Público Federal, o ambientalista Nélio Cunha Mello, da Rede Justiça Ambiental acrescenta que "várias famílias que vivem ao redor da baía de Sepetiba estão contaminadas com metais pesados e os governantes, apesar de nossos apelos, durantes várias décadas, pouco ou nada têm feito para acabar de vez com essa situação".
Nos dias 27 e 28 de junho deste ano, organizações, entidades e ativistas reuniram-se na Igreja Matriz Nossa senhora do Desterro localizada em Campo Grande, bairro da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro como objetivo de discutirem os impactos do modelo de desenvolvimento representado pela implantação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) pelo Consorcio Thyssen krupp – Vale do Rio doce no Território da zona oeste do Rio, e as alternativas existentes para o Desenvolvimento Social e econômico da região com justiça ambiental.
Dentre outros pontos fundamentais discutidos, defenderam a tese de que a implantação da CSA esta causando impactos sociais, econômicos e ambientais graves e irreversíveis, em nome do modelo de desenvolvimento Capitalista. O projeto vem sendo implementado em conluio, esferas do governo Federal, estadual e municipal e suas bases parlamentares, voltado para exploração e não considerando seus custos Sócio-ambientais.
O Licenciamento ambiental da CSA foi feito de maneira irregular, segundo Denuncia recebida pelo ministério Publico Federal. Em nome do “desenvolvimento” da região e com a promessa de gerar novos postos de trabalho, o projeto está prejudicando o modo de vida de 8.000 pescadores da Baia de Sepetiba.
A instalação da CSA esta sendo realizada com uso de tecnologia obsoleta e suja, banida de países desenvolvidos como a Alemanha e toleradas apenas por países com instituições frágeis como o Brasil, a construção de um pólo siderúrgico na zona oeste do Rio de Janeiro não é um projeto isolado, mais um elo de uma estratégia mais ampla, na qual se inserem o PAC e a IIRSA, de consolidação de uma infra-estrutura continental que embora seja financiada pelo no Brasil com recursos públicos (fundos do BNDS e inserções fiscais) visa beneficiar o grande capital, as empresas transnacionais e os consumidores do hemisfério norte, em lugar de atender as necessidades da população
O Consorcio Thyssen krupp – Vale do Rio doce mente e faz propaganda enganosa para sociedade e principalmente para população da baia de Sepetiba, quando diz que a instalação da CSA trará o desenvolvimento para a região.A população precisa conscientizar-se sobre esta situação, que prejudica a todos e todas, exigindo explicações plausíveis para todos os assuntos referentes a situação de nossa praia, das obras que aqui estão sendo realizadas, comparecer em massa em eventos que tratem dos respectivos temas, dentre outras atitudes que não ajudarão a reverter a situação é claro, mas ao menos atenuar, do contrário em um curto espaço de tempo, Sepetiba será a próxima Cubatão, ou quiçá, ainda pior, tornando-se inabitável. É bom lembrarmos que a natureza sobrevive sem homem, pois nela tudo se transforma, mas o homem, a espécie humana não sobrevive sem a natureza...
Bianca Wild,
escritora, moradora de Sepetiba.
Publica no "Recanto das Letras" e no blog "Minhas dúvidas e aflições"
Por
Bianca Wild
Muito embora eu não possua muita propriedade para estar dissertando acerca deste tema específico, “degradação ambiental”, posso falar como simples cidadã, que entende mesmo que superficialmente os males que podem causar o despejo de esgoto sanitário sem tratamento em uma baía, o vazamento de material tóxico na mesma, o assoreamento desta unido ao despejo de esgoto, material químico, lixo orgânico etc.
Sepetiba vem sendo vítima de um processo de degradação há mais de 20 anos, ora, pois em minha adolescência já havia ouvido falar, muito antes de morar no local em uma grande mortandade de peixes ocorrida aproximadamente no ano de 1992, em 1996, quando me mudei para o bairro, não encontrei a praia maravilhosa que minha mãe sempre falava, contando histórias de sua adolescência, toda a extensão da “orla” de Sepetiba já havia sido tomada pela lama, claro que nem tanto como hoje, pois as obras do porto ainda não estavam concluídas, áreas de vegetação já haviam sido devastadas para construção de casas, e quando a maré estava baixa já dava para sentirmos o cheiro ruim exalando da lama resultante da mistura de esgoto, lixo, material químico dentre outros elementos maléficos para a saúde dos humanos e dos animais presentes na mesma.
Quem conhece a história do bairro, e da maioria das regiões próximas ao litoral, das praias, sabe que inicialmente a fonte de renda dos primeiros moradores era baseada na pesca, em nosso caso específico, da região Oeste da cidade do Rio de janeiro, na pesca e no plantio de determinados espécimes vegetais, frutas etc., como por exemplo, a laranja no caso do bairro de Campo Grande e algumas imediações, enfim, sendo assim, com a degradação, com a poluição da baía de Sepetiba, os pescadores se viram acuados, sem respaldo e o pior sem ter a quem e como recorrer. Esboçarei a seguir alguns dados sobre a situação de nossa Baía.
A Baía de Sepetiba é um corpo de águas salinas e salobras, que se comunica com o oceano Atlântico por meio de duas passagens, na parte oeste entre os cordões de ilhas que limitam com a ponta da Restinga, e na porção leste, pelo canal que deságua na Barra de Guaratiba, constitui um criadouro natural para diversas espécies em suas áreas de mangue e zonas estuarinas, o que faz com que a atividade pesqueira seja um importante suporte econômico e social para a região, ou, fazia... A bacia hidrográfica contribuinte da Baía de Sepetiba possui cerca de 2617 km2, com 19,7% de área de preservação ambiental e 9,2% de área urbana ( dados dos anos de 1990 à 1997). Em termos fisiográficos, a bacia de contribuição da Baía de Sepetiba é formada por duas unidades distintas: uma região serrana, representada pela serra do mar, e uma outra que é representada por uma significativa área de planície, cortada por vários cursos d’água, formando 22 sub-bacias. A Baía recebe ainda aproximadamente 160 m3/s do rio Paraíba do Sul, por transposição de bacia, desviada na barragem de Santa Cecília, atingindo o Riberão das Lajes, um dos formadores do rio Guandu.
Os principais fatores que provocam a poluição na Baía de Sepetiba são os componentes orgânicos e os originários dos esgotos domésticos, sanitário, dos efluentes industriais.Infelizmente, não existe medição direta das cargas orgânicas lançadas na Baía. Sendo assim, as cargas são estimadas a partir da população de cada bacia contribuinte de drenagem e da atividade econômica desenvolvida em cada região.
A carga orgânica produzida pela bacia de contribuição, de cerca de 70.000 kg DBO/dia (1990 à 1997), é lançada, na prática, sem qualquer tratamento, nos rios e canais que deságuam suas águas na Baía. A carga orgânica proveniente dos esgotos domésticos chega à Baia de Sepetiba de forma mais concentrada na porção leste, na faixa litorânea, proveniente de cursos d’água que drenam áreas densamente povoadas (ou seja, nossa região é seriamente atingida, Sepetiba). Uma parcela muito pequena deste esgoto é dotada de algum tratamento, e mesmo com as obras que estão ocorrendo hoje, alguns conhecidos do COPPE (UFRJ) afirmaram que as mesmas não mudarão muito a situação de nossas praias, além de estarem sendo feitas de forma equivocada, ou errada, sem a preparação, e/ou construção, de um “cinturão” adequado dentre outros “erros” que eu não poderia citar devido ao meu desconhecimento na área, o que futuramente poderia até mesmo provocar “retornos” no sistema de esgoto das casas. No município do Rio de Janeiro, responsável pela maior população urbana da bacia da Baía de Sepetiba, praticamente não existem sistemas coletores de esgoto sanitário implantados e quando existem não são dos melhores.
Os efluentes das fossas sépticas, geralmente sem sumidouro, são lançados nas galerias de águas pluviais ou em valas e chegam aos cursos d’água, afetando a qualidade das águas, não somente dos rios e canais, mas da Baía de Sepetiba, que recebe toda a contribuição deste esgoto, no nosso caso temos os “valões” existentes em nosso bairro, que “jogam” diretamente o esgoto proveniente de nossas casas, da casa de saúde república da Croácia, do posto de saúde etc., sem nenhum tratamento em nossa praia.
A Baía de Sepetiba está em estado de alerta. É desta maneira que os ambientalistas definem a situação criada pelo excesso de empreendimentos para área de 450 quilômetros quadrados de água, entre a Restinga de Marambaia, ao sul, e pela Baía de Ilha Grande, a oeste. Atualmente, existem dois terminais de carga funcionando na baía e ainda será inaugurado mais um porto, o da CSN. A Feema já tomou conhecimento do projeto de mais três portos, que ainda não tiveram os pedidos de licença ambiental enviados.
Enquanto isso, a Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente já negou a licença para duas empresas interessadas na instalação de portos na baía de Sepetiba. Negou para as empresas Brasore e BHP Billiton. O biólogo Leonardo Flach, do Projeto Boto-cinza, patrocinado pela “Vale do Rio doce”, afirma que Sepetiba já está no limite de empreendimentos. Daqui para frente deveria ser barrado qualquer porto ou atividade. Este excesso pode desencadear uma degradação em cadeia e Sepetiba pode virar uma Baía de Guanabara - disse.
O Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores da Uerj (MAQUA) encontrou nos botos de Sepetiba concentrações de resíduos industriais que prejudicam o sistema imunológico, hormonal, diminuem a capacidade de reprodução e causam anomalias ósseas.
-" O boto é a sentinela da vida na baía. Se ele sente, todos sentem ".
Por comparação com os outros setores, o setor metalúrgico é o de maior relevância no que concerne a níveis de poluição, tanto em função de quantidade produzida, quanto de importância na poluição das águas e sedimentos da Baía de Sepetiba, com o lançamento de efluentes líquidos e resíduos tóxicos sem o devido tratamento, constituídos de altas concentrações de metais pesados, principalmente o zinco e o cádmio. O cádmio, mesmo em concentrações baixas, além de ser altamente tóxico para determinadas espécies aquáticas, tem efeitos sobre o organismo humano, podendo se acumular lentamente em vários tecidos do corpo como os ossos, fígado, rins, pâncreas e tireóide. O zinco, também cumulativo, causa sérios problemas na fisiologia, principalmente dos peixes, tornando-os impróprios para o consumo. O homem ao se alimentar sistematicamente desses peixes contaminados, pode adquirir problemas de pele e mucosas.
Os principais cursos d'água que recebem efluentes industriais são, rio Poços-Queimados, que drena áreas industriais do município de Queimados; Prata do Mendanha e Campinho, afluentes do Guandu-Mirim, que drenam as áreas industriais de Campo Grande, sendo que o primeiro também recebe as águas de lavagem da Estação de Tratamento de Águas Guandu; o Canal do Itá, que drena as áreas industriais da porção leste da R.A. de Santa Cruz e o Canal Santo Agostinho, que drena o Distrito Industrial de Santa Cruz.
Cabe destacar que nossas praias, localizadas no bairro de Sepetiba, estão localizadas em uma região denominada “fundo de baía” o que faz com que os resíduos que vêem com as marés de outras localidades da baía e de seus efluentes sejam depositados aqui com maior facilidade, a região também é conhecida como “saco de Sepetiba” por tratar-se de uma região em forma de saco obviamente.
Bimestralmente a Feema realiza o monitoramento da Baía de Sepetiba em 14 estações de amostragem, com o objetivo de acompanhar os principais indicadores físico-químicos de qualidade de água, bem como a qualidade dos sedimentos e da biota.O objetivo principal do monitoramento da Baía de Sepetiba visa à avaliação da qualidade dos sedimentos e a previsão do fluxo de contaminantes, cujos indicadores possibilitam a avaliação dos níveis de contaminação e permitem avaliar a evolução da poluição de origem industrial ao longo do tempo proveniente não apenas da bacia hidrográfica, como também da Cia. Mercantil e Industrial Ingá.
Localizada no município de Itaguaí, Ilha da Madeira, ZUPI de Coroa Grande, a Cia. Mercantil Ingá, que tinha como principal atividade a produção de zinco de alta pureza, atualmente interditada e em situação falimentar representa ainda, o maior risco potencial de agressão ao ecossistema da região. Seus estoques de resíduos, acumulados há mais de 30 anos, contaminaram e ainda ameaçam o equilíbrio ecológico da Baía de Sepetiba. Hoje, a Ingá, encontra-se sob intervenção Federal. 20 milhões de m3 de lama contaminada com metais pesados, oriundos da falida ingá mercantil, e que esta sendo enterrada sem os devidos cuidados no fundo da baia de Sepetiba, com a conivência dos órgãos ambientais.
Em nossa Baía encontra-se o Porto de Sepetiba, no município de Itaguaí, que ocupa uma área de 10,4 milhões de metros quadrados no Município, ao sul e a leste da Ilha da Madeira. A ampliação e a expansão do Porto de Sepetiba, do canal de acesso e bacia de evolução, visando sua adequação para o recebimento de navios cada vez maiores e mais rápidos, exigiu a realização de obras de dragagem para o aprofundamento do canal, o que significou uma intervenção potencialmente poluidora e além do conseqüente assoreamento de nossas praias.
O quadro ambiental da baía, segundo denúncia do ambientalista Sérgio Ricardo, coordenador do Fórum de Meio Ambiente e Qualidade de Vida da Zona Oeste e da Baía de Sepetiba, "é uma bomba-relógio, pronta para explodir, a exemplo do que ocorreu há 10 anos".Pescadores que residem na comunidade em torno da Baía ingressaram com várias denúncias junto aos organismos responsáveis pela conservação ambiental, nas quais apontam o perigo de um acidente ecológico de grandes proporções no local, mas há quase uma década, sempre que os níveis pluviométricos aumentam, "só resta ao povo rezar para o dique da Ingá não arrebentar e levar aquele veneno para as águas da baía", disse Ricardo.
Carlos Minc, hoje ministro do meio ambiente, já denunciou essa situação, há mais de quatro anos. Segundo o político ecologista, o dique contém cádmio e zinco, produtos altamente cancerígenos como já foi dito anteriormente. Quando ocupava a Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Rio, ele pediu à Justiça o confisco dos bens dos donos da Ingá.
O governo federal priorizou o porto de Sepetiba, o que sem dúvida ajudará o desenvolvimento da região, mas se esqueceu de dar uma contrapartida às prefeituras, pescadores e ao meio ambiente da região, conforme Carlos Minc.
A Companhia Mercantil e Industrial Ingá foi condenada, desde novembro de 2000, por contaminação da água com metais pesados na Baía de Sepetiba,. A empresa deveria construir um aterro industrial e remover, em 60 dias, os 3 milhões de toneladas de resíduos químicos deixado na Ilha da Madeira, em Itaguaí, o que ainda não ocorreu.
Em outra denúncia ao Ministério Público Federal, o ambientalista Nélio Cunha Mello, da Rede Justiça Ambiental acrescenta que "várias famílias que vivem ao redor da baía de Sepetiba estão contaminadas com metais pesados e os governantes, apesar de nossos apelos, durantes várias décadas, pouco ou nada têm feito para acabar de vez com essa situação".
Nos dias 27 e 28 de junho deste ano, organizações, entidades e ativistas reuniram-se na Igreja Matriz Nossa senhora do Desterro localizada em Campo Grande, bairro da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro como objetivo de discutirem os impactos do modelo de desenvolvimento representado pela implantação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) pelo Consorcio Thyssen krupp – Vale do Rio doce no Território da zona oeste do Rio, e as alternativas existentes para o Desenvolvimento Social e econômico da região com justiça ambiental.
Dentre outros pontos fundamentais discutidos, defenderam a tese de que a implantação da CSA esta causando impactos sociais, econômicos e ambientais graves e irreversíveis, em nome do modelo de desenvolvimento Capitalista. O projeto vem sendo implementado em conluio, esferas do governo Federal, estadual e municipal e suas bases parlamentares, voltado para exploração e não considerando seus custos Sócio-ambientais.
O Licenciamento ambiental da CSA foi feito de maneira irregular, segundo Denuncia recebida pelo ministério Publico Federal. Em nome do “desenvolvimento” da região e com a promessa de gerar novos postos de trabalho, o projeto está prejudicando o modo de vida de 8.000 pescadores da Baia de Sepetiba.
A instalação da CSA esta sendo realizada com uso de tecnologia obsoleta e suja, banida de países desenvolvidos como a Alemanha e toleradas apenas por países com instituições frágeis como o Brasil, a construção de um pólo siderúrgico na zona oeste do Rio de Janeiro não é um projeto isolado, mais um elo de uma estratégia mais ampla, na qual se inserem o PAC e a IIRSA, de consolidação de uma infra-estrutura continental que embora seja financiada pelo no Brasil com recursos públicos (fundos do BNDS e inserções fiscais) visa beneficiar o grande capital, as empresas transnacionais e os consumidores do hemisfério norte, em lugar de atender as necessidades da população
O Consorcio Thyssen krupp – Vale do Rio doce mente e faz propaganda enganosa para sociedade e principalmente para população da baia de Sepetiba, quando diz que a instalação da CSA trará o desenvolvimento para a região.A população precisa conscientizar-se sobre esta situação, que prejudica a todos e todas, exigindo explicações plausíveis para todos os assuntos referentes a situação de nossa praia, das obras que aqui estão sendo realizadas, comparecer em massa em eventos que tratem dos respectivos temas, dentre outras atitudes que não ajudarão a reverter a situação é claro, mas ao menos atenuar, do contrário em um curto espaço de tempo, Sepetiba será a próxima Cubatão, ou quiçá, ainda pior, tornando-se inabitável. É bom lembrarmos que a natureza sobrevive sem homem, pois nela tudo se transforma, mas o homem, a espécie humana não sobrevive sem a natureza...
Bianca Wild,
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quinta-feira, 2 de outubro de 2008
USIMINAS ARREMATA TERRENO DA INGÁ MERCANTIL
Ingá Mercantil é vendida em leilão por R$72 milhões para a Usiminas
Publicada em 27/06/2008
A Usiminas arrematou na sexta-feira por R$ 72 milhões o terreno da Ingá Mercantil, envolvido em um dos maiores passivos ambientais do estado. O processo de falência da empresa já dura 11 anos. O imóvel, com 850 mil metros quadrados, estava avaliado em R$ 120 milhões e teve sua venda autorizada pelo representante do Ministério Público na Massa Falida, José Marinho Júnior. A Usiminas ofereceu 60% do lance mínimo, o que é considerado aceitável.
Segundo a Secretaria estadual do Ambiente, as obras de descontaminação do terreno da Ingá começaram há quatro meses, após convênio entre os governos do Rio e de Minas, a prefeitura de Itaguaí, União e a massa falida da empresa. O custo inicial da operação é de R$ 1 milhão.
(Fonte: O Globo)
Publicada em 27/06/2008
A Usiminas arrematou na sexta-feira por R$ 72 milhões o terreno da Ingá Mercantil, envolvido em um dos maiores passivos ambientais do estado. O processo de falência da empresa já dura 11 anos. O imóvel, com 850 mil metros quadrados, estava avaliado em R$ 120 milhões e teve sua venda autorizada pelo representante do Ministério Público na Massa Falida, José Marinho Júnior. A Usiminas ofereceu 60% do lance mínimo, o que é considerado aceitável.
Segundo a Secretaria estadual do Ambiente, as obras de descontaminação do terreno da Ingá começaram há quatro meses, após convênio entre os governos do Rio e de Minas, a prefeitura de Itaguaí, União e a massa falida da empresa. O custo inicial da operação é de R$ 1 milhão.
(Fonte: O Globo)
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