quinta-feira, 16 de outubro de 2008

QUEM É O DONO DA CRISE?

Continuamos a afirmar nossa crença de que esta, como qualquer outra crise econômico-financeira porque passou o mundo, é fruto de movimentos meramente especulativos. A intenção de desestabilizar as economias nacionais para, criado o caos, estabelecer uma gangorra financeira, onde uma minoria organizada e atuando de forma concatenada, possa auferir lucros exorbitantes e muito rapidamente, está clara e vem se desenvolvendo aos nossos olhos. O sobe-desce das bolsas e das cotações das moedas apenas confirmam o que estamos dizendo.
Foi assim com as crises dos “Tigres Asiáticos”, da Rússia, da Turquia, do México, da Argentina, como a do Brasil, em 1999, quando a cotação do dólar dobrou em poucas semanas.
O que chama atenção nesta crise, é que, diferente das demais, ela não se desenvolveu a partir de um país periférico, mas dentro de um país central. Aliás, o país-centro do capitalismo. Talvez por isso a excitação que domina a grande mídia internacional (e também, internacionalizada).
Já lemos e ouvimos muitas bobagens sobre esta crise. Alguns a comparam com o crash de1929 e à longa recessão que se seguiu. Alguns, alarmistas e profetizando o apocalipse, lembram que a crise iniciada em 1929 e que contaminou todo o mundo, levando à deflagração da II Grande Guerra, estará, agora, a se repetir. Economistas, jornalistas, professores, muitos profissionais do mercado financeiro, ficam se repetindo uns aos outros, com a clara intenção de espalhar o pânico. Chamam de crise de desconfiança. Desconfiança por eles mesmos disseminada.
Não estamos falando de figuras como o Prof. Almar, do vídeo postado em 14/10/08, que, além de profetizar o caos, cuida de vender a salvação. Estamos nos referindo a figuras de notório saber e apresentados pela grande mídia como personagens a quem supor dúvidas seria, no mímino, heresia.
Garantem que esta não é uma crise do capitalismo. Ora, se não é do capitalismo, então é uma crise do socialismo? Pode até ser, já que a solução tem sido estatizar bancos, financeiras, seguradoras, grandes empresas em situação pré falimentar. O mundo descobriu o socialismo de mercado e a securitização da especulação no bolso da sociedade.
É preciso entender o que diz o economista Mendonça de Barros, presidente do BNDES neoliberal de FHC, financiador-mor das privatizações nem sempre transparentes (algumas bastantes obscuras, até, e não explicadas, mas que continuarão obscuras, pois, por óbvio, jamais serão explicadas). Pois bem, esta semana o economista conseguiu ser específico ao extremo, ao afirmar que esta, sequer, é uma crise do neoliberalismo. Condescendente, acredita, apenas, que o neoliberalismo não sairá ileso. Contudo, o que ele diz é que o neoliberalismo, mantido sério, sairá da crise ainda mais forte e robusto. Só não explicou o que seria o neoliberalismo desprovido de seriedade.

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