Hoje é o Dia da Terra. Infelizmente, não há muito o que comemorar. Mas podemos, pelo menos, buscar a conscientização, nossa e dos demais terráquios. Na coluna lateral esquerda do blog, veja a apresentação de slides e leia notícias sobre o aquecimento global. A continuar do jeito que está, marisco vai apanhar cada vez mais e ser humano... será que ainda existirá ser humano?
BOTA A BOCA NO MUNDO, MARISCO!!!
terça-feira, 22 de abril de 2008
segunda-feira, 21 de abril de 2008
BrOi VEM POR AÍ
Segundo órgãos de imprensa, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) indicou o conselheiro Pedro Jaime Ziller como relator da proposta do novo Plano Geral de Outorgas (PGO) da telefonia fixa. Mudanças solicitadas pelas concessionárias e pelo Ministério das Comunicações e que poderão ser incorporadas ao documento, permitirão que uma tele fixa adquira o controle de outra. Na prática, portanto, estará aberta a possibilidade da compra da Brasil Telecom pela Oi.
Segundo a notícia, a escolha do relator ocorreu por sorteio.
Enfim, caminho aberto para a BrOi.
Segundo a notícia, a escolha do relator ocorreu por sorteio.
Enfim, caminho aberto para a BrOi.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
O BRASIL À BEIRA DA GUERRA CIVIL (1961)
Da série ESTAÇÃO HISTÓRIA, do site "Conexão Política", de Franklin Martins.
(Em: http://www.franklinmartins.com.br)
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No dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros surpreende o país e renuncia ao cargo de presidente da República, no qual havia sido empossado sete meses antes. Os ministros militares, insurgindo-se contra a Constituição, vetam a posse do vice-presidente João Goulart, que se encontrava em missão oficial no exterior, sob a alegação de que Jango era comunista. Imediatamente, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, denuncia o golpe, entrincheira-se no Palácio Piratini e, através de uma cadeia de emissoras de rádio, a Cadeia da Legalidade, convoca o país à resistência. Logo conquista a adesão dos governadores do Paraná, Nei Braga, e de Goiás, Mauro Borges, enquanto, nas principais capitais do país, o povo saía às ruas para exigir o respeito da Constituição e a posse de Goulart.
Em resposta, os chefes militares determinam a Machado Lopes, comandante do III Exército, sediado no Sul, que prenda Brizola e sufoque o foco de resistência, mas o general desobedece à ordem, que considera inconstitucional, e une-se ao movimento pela legalidade. Em seguida, manda as tropas do Rio Grande avançarem sobre o centro do país. Para tentar detê-las, é enviado para Santa Catarina o general Cordeiro de Farias. O país está à beira da guerra civil.
Surge, então, uma solução política para a crise. Isolados, os chefes militares são obrigados a retirar o veto à posse de Goulart, mas arrancam o compromisso de que será instituído no país o regime parlamentarista, reduzindo-se os poderes do presidente. Jango aceita o acordo, apesar da oposição de Brizola, sendo empossado no dia 7 de setembro. Dois anos mais tarde, um plebiscito enterraria o parlamentarismo, devolvendo ao presidente os poderes anteriores.
Jango seria deposto em 1964 pelas Forças Armadas.
(Em: http://www.franklinmartins.com.br)
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No dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros surpreende o país e renuncia ao cargo de presidente da República, no qual havia sido empossado sete meses antes. Os ministros militares, insurgindo-se contra a Constituição, vetam a posse do vice-presidente João Goulart, que se encontrava em missão oficial no exterior, sob a alegação de que Jango era comunista. Imediatamente, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, denuncia o golpe, entrincheira-se no Palácio Piratini e, através de uma cadeia de emissoras de rádio, a Cadeia da Legalidade, convoca o país à resistência. Logo conquista a adesão dos governadores do Paraná, Nei Braga, e de Goiás, Mauro Borges, enquanto, nas principais capitais do país, o povo saía às ruas para exigir o respeito da Constituição e a posse de Goulart.
Em resposta, os chefes militares determinam a Machado Lopes, comandante do III Exército, sediado no Sul, que prenda Brizola e sufoque o foco de resistência, mas o general desobedece à ordem, que considera inconstitucional, e une-se ao movimento pela legalidade. Em seguida, manda as tropas do Rio Grande avançarem sobre o centro do país. Para tentar detê-las, é enviado para Santa Catarina o general Cordeiro de Farias. O país está à beira da guerra civil.
Surge, então, uma solução política para a crise. Isolados, os chefes militares são obrigados a retirar o veto à posse de Goulart, mas arrancam o compromisso de que será instituído no país o regime parlamentarista, reduzindo-se os poderes do presidente. Jango aceita o acordo, apesar da oposição de Brizola, sendo empossado no dia 7 de setembro. Dois anos mais tarde, um plebiscito enterraria o parlamentarismo, devolvendo ao presidente os poderes anteriores.
Jango seria deposto em 1964 pelas Forças Armadas.
ORDEM DE ATAQUE CONTRA A RESISTÊNCIA NO SUL. GENERAL ORLANDO GEISEL (1961)
Da série ESTAÇÃO HISTÓRIA, do site "Conexão Política", de Franklin Martins.
(Em: http://www.franklinmartins.com.br)
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Diante da resistência oferecida pelo governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, ao golpe contra a posse de João Goulart, o Ministério da Guerra dá ordens peremptórias ao III Exército, sediado no Sul, para sufocar o movimento. Mas o general Machado Lopes prefere ficar ao lado da Constituição e soma-se à resistência, que começa a ganhar corpo em todo o Brasil. E ordena às tropas sob o seu comando que avancem na direção do Sudeste do país. Nas principais cidades, o povo sai às ruas. Em outros estados, como Goiás e Paraná, os governadores defendem a legalidade. A guerra civil parece inevitável.
“1) O General Orlando Geisel transmite ao General Machado Lopes, Comandante do III Exército, a seguinte ordem do Ministro da Guerra:
O III Exército deve compelir imediatamente o Sr. Leonel Brizola a pôr termo à ação subversiva que vem desenvolvendo e que se traduz pelo deslocamento e concentração de tropas e outras medidas que competem exclusivamente às Forças Armadas.
O Governador colocou-se, assim, fora da legalidade. O Comandante do III Exército atue com a máxima energia e presteza.
2) Faça convergir sobre Porto Alegre toda tropa do Rio Grande do Sul que julgar conveniente, inclusive a 5a DI, se necessário.
3) Empregue a Aeronáutica, realizando inclusive o bombardeio, se necessário.
4) Está a caminho do Rio Grande do Sul uma força-tarefa da Marinha.
5) Qual o reforço de tropa de que necessita?
6) Aqui há um boato de que o General Muricy viria ao Rio. O Ministro da Guerra não quer acreditar nessa notícia e julga que o momento não é mais para parlamentar, mas requer ação firme e imediata.
7) O Ministro da Guerra confia em que a tropa do III Exército cumprirá seu dever.”
(Em: http://www.franklinmartins.com.br)
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Diante da resistência oferecida pelo governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, ao golpe contra a posse de João Goulart, o Ministério da Guerra dá ordens peremptórias ao III Exército, sediado no Sul, para sufocar o movimento. Mas o general Machado Lopes prefere ficar ao lado da Constituição e soma-se à resistência, que começa a ganhar corpo em todo o Brasil. E ordena às tropas sob o seu comando que avancem na direção do Sudeste do país. Nas principais cidades, o povo sai às ruas. Em outros estados, como Goiás e Paraná, os governadores defendem a legalidade. A guerra civil parece inevitável.
“1) O General Orlando Geisel transmite ao General Machado Lopes, Comandante do III Exército, a seguinte ordem do Ministro da Guerra:
O III Exército deve compelir imediatamente o Sr. Leonel Brizola a pôr termo à ação subversiva que vem desenvolvendo e que se traduz pelo deslocamento e concentração de tropas e outras medidas que competem exclusivamente às Forças Armadas.
O Governador colocou-se, assim, fora da legalidade. O Comandante do III Exército atue com a máxima energia e presteza.
2) Faça convergir sobre Porto Alegre toda tropa do Rio Grande do Sul que julgar conveniente, inclusive a 5a DI, se necessário.
3) Empregue a Aeronáutica, realizando inclusive o bombardeio, se necessário.
4) Está a caminho do Rio Grande do Sul uma força-tarefa da Marinha.
5) Qual o reforço de tropa de que necessita?
6) Aqui há um boato de que o General Muricy viria ao Rio. O Ministro da Guerra não quer acreditar nessa notícia e julga que o momento não é mais para parlamentar, mas requer ação firme e imediata.
7) O Ministro da Guerra confia em que a tropa do III Exército cumprirá seu dever.”
BRIZOLA CONVOCA A RESITÊNCIA AO GOLPE. DISCURSO NO RÁDIO. Porto Alegre (28.01.1961)
Da série ESTAÇÃO HISTÓRIA, do site "Conexão Política", de Franklin Martins.
(Em: http://www.franklinmartins.com.br)
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Em resposta ao veto dos ministros militares à posse de João Goulart na Presidência da República, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, convoca os gaúchos e os brasileiros a defenderem a Constituição. Entricheira-se no Palácio Piratini, mobiliza a Brigada Militar e, através da “Cadeia da Legalidade”, formada por dezenas de emissoras de rádio, convoca o país a resistir ao golpe. A firme atitude Brizola divide as Forças Armadas, com a adesão do poderoso III Exército, sediado no Sul e comandado pelo general Machado Lopes, à tese do respeito à Constituição. O discurso abaixo foi transmitido no dia 28 de agosto de 1961.
O DISCURSO
“Peço a vossa atenção para as comunicações que vou fazer. Muita atenção. Atenção, povo de Porto Alegre! Atenção Rio Grande do Sul! Atenção Brasil! Atenção meus patrícios, democratas e independentes, atenção para estas minhas palavras!
Em primeiro lugar, nenhuma escola deve funcionar em Porto Alegre. Fechem todas as escolas. Se alguma estiver aberta, fechem e mandem as crianças para junto de seus pais. Tudo em ordem. Tudo em calma. Tudo com serenidade e frieza. Mas mandem as crianças para casa.
Quanto ao trabalho, é uma iniciativa que cada um deve tomar, de acordo com o que julgar conveniente. Quanto às repartições públicas estaduais, nada há de anormal. Os serviços públicos terão o seu início normal, e os funcionários devem comparecer como habitualmente, muito embora o Estado tolerará qualquer falta que, porventura, se verificar no dia de hoje.
Hoje, nesta minha alocução, tenho os fatos mais graves a revelar. O Palácio Piratini, meus patrícios, está aqui transformado em uma cidadela, que há de ser heróica, uma cidadela da liberdade, dos direitos humanos, uma cidadela da civilização, da ordem jurídica, uma cidadela contra a violência, contra o absolutismo, contra os atos dos senhores, dos prepotentes. No Palácio Piratini, além da minha família e de alguns servidores civis e militares do meu gabinete, há um número bastante apreciável, mas apenas daqueles que nós julgamos indispensáveis ao funcionamento dos serviços da sede do Governo. Mas todos os que aqui se encontram estão de livre e espontânea vontade, como também grande número de amigos que aqui passou a noite conosco e retirou-se, hoje, por nossa imposição.
Aqui se encontram os contingentes que julgamos necessários, da gloriosa Brigada Militar - o Regimento Bento Gonçalves e outras forças. Reunimos aqui o armamento de que dispúnhamos. Não é muito, mas também não é pouco para aqui ficarmos preocupados frente aos acontecimentos. Queria que os meus patrícios do Rio Grande e toda a população de Porto Alegre, todos os meus conterrâneos do Brasil, todos os soldados da minha terra querida pudessem ver com seus olhos o espetáculo que se oferece.
Aqui nos encontramos e falamos por esta estação de rádio, que foi requisitada para o serviço de comunicação, a fim de manter a população informada e, com isso, auxiliar a paz e a manutenção da ordem. Falamos aqui do serviço de imprensa. Estamos rodeados por jornalistas, que teimam, também, em não se retirar, pedindo armas e elementos necessários para que cada um tenha oportunidade de ser também um voluntário, em defesa da legalidade.
Esta é a situação! Fatos os mais sérios quero levar ao conhecimento dos meus patrícios de todo o País, da América Latina e de todo o mundo. Primeiro: ao me sentar aqui, vindo diretamente da residência, onde me encontrava com minha família, acabava de receber a comunicação de que o ilustre General Machado Lopes, soldado do qual tenho a melhor impressão, me solicitou audiência para um entendimento. Já transmiti, aqui mesmo, antes de iniciar minha palestra, que logo a seguir receberei S. Ex.a com muito prazer, porque a discussão e o exame dos problemas é o meio que os homens civilizados utilizam para solucionar os problemas e as crises. Mas pode ser que essa palestra não signifique uma simples visita de amigo. Que essa palestra não seja uma aliança entre o poder militar e o poder civil, para a defesa da ordem constitucional, do direito e da paz como se impõe neste momento, como defesa do povo, dos que trabalham e dos que produzem, dos estudantes e dos professores, dos juízes e dos agricultores, da família. Todos, até as nossas crianças desejam que o poder militar e o poder civil se identifiquem nesta hora para vivermos na legalidade. Pode significar, também, uma comunicação ao Governo do Estado da sua deposição. Quero vos dizer que será possível que eu não tenha oportunidade de falar-vos mais, que eu nem deste serviço possa me dirigir mais, comunicando esclarecimentos à população. Porque é natural que, se ocorrer a eventualidade do ultimato, ocorrerão, também, conseqüências muito sérias. Porque nós não nos submeteremos a nenhum golpe, a nenhuma resolução arbitrária. Não pretendemos nos submeter. Que nos esmaguem! Que nos destruam! Que nos chacinem, neste Palácio! Chacinado estará o Brasil com a imposição de uma ditadura contra a vontade de seu povo. Esta rádio será silenciada tanto aqui como nos transmissores. O certo porém é que não será silenciada sem balas. Tanto aqui como nos transmissores estamos guardados por fortes contingentes da Brigada Militar.
Assim, meus amigos, meus conterrâneos e patrícios ficarão sabendo por que esta rádio silenciou. Foi porque ela foi atingida pela destruição e porque isso ocorreu contra a nossa vontade. E quero vos dizer por que penso que chegamos a viver horas decisivas.
Muita atenção, meus conterrâneos, para esta comunicação. Ontem à noite o Sr. Ministro da Guerra, Marechal Odílio Denys, soldado no fim de sua carreira, com mais de 70 anos de idade, e que está adotando decisões das mais graves, as mais desatinadas, declarou através do "Repórter Esso" que não concorda com a posse do Sr. João Goulart, que não concorda que o Presidente constitucional do Brasil exerça suas funções legais! Porque, diz ele numa argumentação pueril e inaceitável, isso significa uma opção entre comunismo ou não. Isso é pueril, meus conterrâneos! Isso é pueril, meus patrícios! Não nos encontramos nesse dilema. Que vão essas ou aquelas doutrinas para onde quiserem. Não nos encontramos entre uma submissão à União Soviética ou aos Estados Unidos. Tenho uma posição inequívoca sobre isto. Mas tenho aquilo que falta a muitos anticomunistas exaltados deste País, que é a coragem de dizer que os Estados Unidos da América, protegendo seus monopólios e trustes, vão espoliando e explorando esta Nação sofrida e miserabilizada. Penso com independência. Não penso ao lado dos russos ou dos americanos. Penso pelo Brasil e pela República. Queremos um Brasil forte e independente. Não um Brasil escravo dos militaristas e dos trustes e monopólios norte-americanos. Nada temos com os russos. Mas nada temos também com os americanos, que espoliam e mantêm nossa Pátria na pobreza, no analfabetismo e na miséria.
Esses que muito elogiam a estratégia norte-americana querem submeter nosso povo a esse processo de esmagamento. Mas isso foi dito pelo Ministro da Guerra. Isso quer dizer que S. Ex.a tomará todas as medidas contra o Rio Grande. Estou informado de que todos os aeroportos do Brasil, onde pousam aviões internacionais de grande porte, estão guarnecidos e com ordem de prender o Sr. João Goulart no momento da descida. Há pouco falei, pelo telefone, com o Sr. João Goulart, em Paris, e disse a ele que todas as nossas palestras de ontem foram censuradas. Tenho provas. Censuradas nos seus efeitos, mas a rigor. A companhia norte-americana dos telefones deve ter gravado e transmitido os termos de nossas conversas para essas forças de segurança. Hoje eu disse ao Sr. João Goulart: "Decides de acordo com o que julgares conveniente. Ou deves voar, como eu aconselho, para Brasília, ou para um ponto qualquer da América Latina. A decisão é tua! Deves vir diretamente a Brasília, correr o risco e pagar para ver. Vem. Toma um dos teus filhos nos braços. Desce sem revólver na cintura, como um homem civilizado. Vem como para um País culto e politizado como é o Brasil e não como se viesse para uma republiqueta, onde dominam os caudilhos, as oligarquias que se consideram todo-poderosas. Voa para o Uruguai, então, essa cidadela da liberdade, aqui pertinho de nós, e aqui traça os teus planos, como julgares conveniente".
Vejam, meus conterrâneos, se não é loucura a decisão do Ministro da Guerra. Vejam, soldados do Brasil, soldados do III Exército! Comandante, General Machado Lopes! Oficiais, sargentos e praças do III Exército, guardiães da ordem da nossa Pátria. Vejam se não é loucura. Esse homem está doente! Esse homem está sofrendo de arteriosclerose ou outra coisa. A atitude do Marechal Odílio Denys é uma atitude contra o sentimento da Nação. Contra os estudantes e intelectuais, contra o povo, contra os trabalhadores, contra os professores, juízes, contra a Igreja. Ainda há pouco, conversando com S. Exa Rev.ma., Arcebispo D. Vicente Scherer, recebi a comunicação de que todos os cardeais do Brasil haviam decidido lançar proclamação pela paz, pela ordem legal, pela posse a quem constitucionalmente cabe governar o Brasil, pelo voto legítimo de seu povo. Essa proclamação está em curso pelo País. As Igrejas protestantes, todas as seitas religiosas clamam por paz, pela ordem legal. Não é a ordem do cemitério ou a ordem dos bandidos. Queremos ordem civilizada, ordem jurídica, a ordem do respeito humano. É isso.
Vejam se não é desatino. Vejam se não é loucura o que vão fazer. Podem nos esmagar, num dado momento. Jogarão o País no caos. Ninguém os respeitará. Ninguém terá confiança nessa autoridade que será imposta, delegada de uma ditadura. Ninguém impedirá que este País, por todos os seus meios, se levante lutando pelo poder. Nas cidades do interior surgirão as guerrilhas para defesa da honra e da dignidade, contra o que um louco e desatinado está querendo impor à família brasileira. Mas confio, ainda, que um homem como o General Machado Lopes, que é soldado, um homem que vive de seus deveres, como centenas, milhares de oficiais do Exército, como esta sargentada humilde, sabe que isso é uma loucura e um desatino e que cumpre salvar nossa Pátria. Tenho motivos para vos falar desta forma, vivendo a emoção deste momento, que talvez seja, para mim, a última oportunidade de me dirigir aos meus conterrâneos. Não aceitarei qualquer imposição.
Desde ontem organizamos um serviço de captação de notícias por todo o território nacional. É uma rede de radioamadores, num serviço organizado. Passamos a captar, aqui, as mensagens trocadas, mesmo em código e por teletipos, entre o III Exército e o Ministério da Guerra. As mais graves revelações quero vos transmitir. Ontem, por exemplo - vou ler rapidamente, porque talvez isso provoque a destruição desta rádio -, o Ministro da Guerra considerava que a preservação da ordem "só interessa ao Governador Brizola". Então, o Exército é agente da desordem, soldados do Brasil?! É outra prova da loucura! Diz o texto: "É necessário a firmeza do III Exército para que não cresça a força do inimigo potencial".
Eu sou inimigo, meus conterrâneos?! Estou sendo considerado inimigo, meus patrícios, quando só o que queremos é ordem e paz. Assim como esta, uma série de outras rádios foi captada até no Estado do Paraná, e aqui as recebemos por telefone, de toda a parte. Mais de cem pessoas telefonaram e confirmaram. Vejam o que diz o General Orlando Geisel, de ordem do Marechal Odílio Denys, ao III Exército: "Deve o Comandante do III Exército impedir a ação que vem desenvolvendo o Governador Brizola"; "deve promover o deslocamento de tropas e outras medidas que tratam de restituir o respeito ao Exército"; "o III Exército deve agir com a máxima urgência e presteza"; "faça convergir contra Porto Alegre toda a tropa do Rio Grande do Sul que julgar conveniente"; "a Aeronáutica deve realizar o bombardeio, se for necessário"; "está a caminho do Rio Grande uma força-tarefa da Marinha de Guerra", e "mande dizer qual o reforço de que precisa". Diz mais o General Geisel: "Insisto que a gravidade da situação nacional decorre, ainda, da situação do Rio Grande do Sul, por não terem, ainda, sido cumpridas as ordens enviadas para coibir ação do Governador Brizola".
Era isto, meus conterrâneos. Estamos aqui prestes a sofrer a destruição. Devem convergir sobre nós forças militares para nos destruir, segundo determinação do Ministro da Guerra. Mas tenho confiança no cumprimento do dever dos soldados, oficiais e sargentos, especialmente do General Machado Lopes, que, esperamos, não decepcionará a opinião gaúcha. Assuma, aqui, o papel histórico que lhe cabe. Imponha ordem neste País. Que não se intimide ante os atos de banditismo e vandalismo, ante esse crime contra a população civil, contra as autoridades. É uma loucura.
Povo de Porto Alegre, meus amigos do Rio Grande do Sul! Não desejo sacrificar ninguém, mas venham para a frente deste Palácio, numa demonstração de protesto contra essa loucura e esse desatino. Venham, e se eles quiserem cometer essa chacina, retirem-se, mas eu não me retirarei e aqui ficarei até o fim. Poderei ser esmagado. Poderei ser destruído. Poderei ser morto. Eu, a minha esposa e muitos amigos civis e militares do Rio Grande do Sul. Não importa. Ficará o nosso protesto, lavando a honra desta Nação. Aqui resistiremos até o fim. A morte é melhor do que vida sem honra, sem dignidade e sem glória. Aqui ficaremos até o fim. Podem atirar. Que decolem os jatos! Que atirem os armamentos que tiverem comprado à custa da fome e do sacrifício do povo! Joguem essas armas contra este povo. Já fomos dominados pelos trustes e monopólios norte-americanos. Estaremos aqui para morrer, se necessário. Um dia, nossos filhos e irmãos farão a independência do nosso povo!
Um abraço, meu povo querido! Se não puder falar mais, será porque não me foi possível! Todos sabem o que estou fazendo! Adeus, meu Rio Grande querido! Pode ser este, realmente, o nosso adeus! Mas aqui estaremos para cumprir o nosso dever.”
(Em: http://www.franklinmartins.com.br)
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Em resposta ao veto dos ministros militares à posse de João Goulart na Presidência da República, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, convoca os gaúchos e os brasileiros a defenderem a Constituição. Entricheira-se no Palácio Piratini, mobiliza a Brigada Militar e, através da “Cadeia da Legalidade”, formada por dezenas de emissoras de rádio, convoca o país a resistir ao golpe. A firme atitude Brizola divide as Forças Armadas, com a adesão do poderoso III Exército, sediado no Sul e comandado pelo general Machado Lopes, à tese do respeito à Constituição. O discurso abaixo foi transmitido no dia 28 de agosto de 1961.
O DISCURSO
“Peço a vossa atenção para as comunicações que vou fazer. Muita atenção. Atenção, povo de Porto Alegre! Atenção Rio Grande do Sul! Atenção Brasil! Atenção meus patrícios, democratas e independentes, atenção para estas minhas palavras!
Em primeiro lugar, nenhuma escola deve funcionar em Porto Alegre. Fechem todas as escolas. Se alguma estiver aberta, fechem e mandem as crianças para junto de seus pais. Tudo em ordem. Tudo em calma. Tudo com serenidade e frieza. Mas mandem as crianças para casa.
Quanto ao trabalho, é uma iniciativa que cada um deve tomar, de acordo com o que julgar conveniente. Quanto às repartições públicas estaduais, nada há de anormal. Os serviços públicos terão o seu início normal, e os funcionários devem comparecer como habitualmente, muito embora o Estado tolerará qualquer falta que, porventura, se verificar no dia de hoje.
Hoje, nesta minha alocução, tenho os fatos mais graves a revelar. O Palácio Piratini, meus patrícios, está aqui transformado em uma cidadela, que há de ser heróica, uma cidadela da liberdade, dos direitos humanos, uma cidadela da civilização, da ordem jurídica, uma cidadela contra a violência, contra o absolutismo, contra os atos dos senhores, dos prepotentes. No Palácio Piratini, além da minha família e de alguns servidores civis e militares do meu gabinete, há um número bastante apreciável, mas apenas daqueles que nós julgamos indispensáveis ao funcionamento dos serviços da sede do Governo. Mas todos os que aqui se encontram estão de livre e espontânea vontade, como também grande número de amigos que aqui passou a noite conosco e retirou-se, hoje, por nossa imposição.
Aqui se encontram os contingentes que julgamos necessários, da gloriosa Brigada Militar - o Regimento Bento Gonçalves e outras forças. Reunimos aqui o armamento de que dispúnhamos. Não é muito, mas também não é pouco para aqui ficarmos preocupados frente aos acontecimentos. Queria que os meus patrícios do Rio Grande e toda a população de Porto Alegre, todos os meus conterrâneos do Brasil, todos os soldados da minha terra querida pudessem ver com seus olhos o espetáculo que se oferece.
Aqui nos encontramos e falamos por esta estação de rádio, que foi requisitada para o serviço de comunicação, a fim de manter a população informada e, com isso, auxiliar a paz e a manutenção da ordem. Falamos aqui do serviço de imprensa. Estamos rodeados por jornalistas, que teimam, também, em não se retirar, pedindo armas e elementos necessários para que cada um tenha oportunidade de ser também um voluntário, em defesa da legalidade.
Esta é a situação! Fatos os mais sérios quero levar ao conhecimento dos meus patrícios de todo o País, da América Latina e de todo o mundo. Primeiro: ao me sentar aqui, vindo diretamente da residência, onde me encontrava com minha família, acabava de receber a comunicação de que o ilustre General Machado Lopes, soldado do qual tenho a melhor impressão, me solicitou audiência para um entendimento. Já transmiti, aqui mesmo, antes de iniciar minha palestra, que logo a seguir receberei S. Ex.a com muito prazer, porque a discussão e o exame dos problemas é o meio que os homens civilizados utilizam para solucionar os problemas e as crises. Mas pode ser que essa palestra não signifique uma simples visita de amigo. Que essa palestra não seja uma aliança entre o poder militar e o poder civil, para a defesa da ordem constitucional, do direito e da paz como se impõe neste momento, como defesa do povo, dos que trabalham e dos que produzem, dos estudantes e dos professores, dos juízes e dos agricultores, da família. Todos, até as nossas crianças desejam que o poder militar e o poder civil se identifiquem nesta hora para vivermos na legalidade. Pode significar, também, uma comunicação ao Governo do Estado da sua deposição. Quero vos dizer que será possível que eu não tenha oportunidade de falar-vos mais, que eu nem deste serviço possa me dirigir mais, comunicando esclarecimentos à população. Porque é natural que, se ocorrer a eventualidade do ultimato, ocorrerão, também, conseqüências muito sérias. Porque nós não nos submeteremos a nenhum golpe, a nenhuma resolução arbitrária. Não pretendemos nos submeter. Que nos esmaguem! Que nos destruam! Que nos chacinem, neste Palácio! Chacinado estará o Brasil com a imposição de uma ditadura contra a vontade de seu povo. Esta rádio será silenciada tanto aqui como nos transmissores. O certo porém é que não será silenciada sem balas. Tanto aqui como nos transmissores estamos guardados por fortes contingentes da Brigada Militar.
Assim, meus amigos, meus conterrâneos e patrícios ficarão sabendo por que esta rádio silenciou. Foi porque ela foi atingida pela destruição e porque isso ocorreu contra a nossa vontade. E quero vos dizer por que penso que chegamos a viver horas decisivas.
Muita atenção, meus conterrâneos, para esta comunicação. Ontem à noite o Sr. Ministro da Guerra, Marechal Odílio Denys, soldado no fim de sua carreira, com mais de 70 anos de idade, e que está adotando decisões das mais graves, as mais desatinadas, declarou através do "Repórter Esso" que não concorda com a posse do Sr. João Goulart, que não concorda que o Presidente constitucional do Brasil exerça suas funções legais! Porque, diz ele numa argumentação pueril e inaceitável, isso significa uma opção entre comunismo ou não. Isso é pueril, meus conterrâneos! Isso é pueril, meus patrícios! Não nos encontramos nesse dilema. Que vão essas ou aquelas doutrinas para onde quiserem. Não nos encontramos entre uma submissão à União Soviética ou aos Estados Unidos. Tenho uma posição inequívoca sobre isto. Mas tenho aquilo que falta a muitos anticomunistas exaltados deste País, que é a coragem de dizer que os Estados Unidos da América, protegendo seus monopólios e trustes, vão espoliando e explorando esta Nação sofrida e miserabilizada. Penso com independência. Não penso ao lado dos russos ou dos americanos. Penso pelo Brasil e pela República. Queremos um Brasil forte e independente. Não um Brasil escravo dos militaristas e dos trustes e monopólios norte-americanos. Nada temos com os russos. Mas nada temos também com os americanos, que espoliam e mantêm nossa Pátria na pobreza, no analfabetismo e na miséria.
Esses que muito elogiam a estratégia norte-americana querem submeter nosso povo a esse processo de esmagamento. Mas isso foi dito pelo Ministro da Guerra. Isso quer dizer que S. Ex.a tomará todas as medidas contra o Rio Grande. Estou informado de que todos os aeroportos do Brasil, onde pousam aviões internacionais de grande porte, estão guarnecidos e com ordem de prender o Sr. João Goulart no momento da descida. Há pouco falei, pelo telefone, com o Sr. João Goulart, em Paris, e disse a ele que todas as nossas palestras de ontem foram censuradas. Tenho provas. Censuradas nos seus efeitos, mas a rigor. A companhia norte-americana dos telefones deve ter gravado e transmitido os termos de nossas conversas para essas forças de segurança. Hoje eu disse ao Sr. João Goulart: "Decides de acordo com o que julgares conveniente. Ou deves voar, como eu aconselho, para Brasília, ou para um ponto qualquer da América Latina. A decisão é tua! Deves vir diretamente a Brasília, correr o risco e pagar para ver. Vem. Toma um dos teus filhos nos braços. Desce sem revólver na cintura, como um homem civilizado. Vem como para um País culto e politizado como é o Brasil e não como se viesse para uma republiqueta, onde dominam os caudilhos, as oligarquias que se consideram todo-poderosas. Voa para o Uruguai, então, essa cidadela da liberdade, aqui pertinho de nós, e aqui traça os teus planos, como julgares conveniente".
Vejam, meus conterrâneos, se não é loucura a decisão do Ministro da Guerra. Vejam, soldados do Brasil, soldados do III Exército! Comandante, General Machado Lopes! Oficiais, sargentos e praças do III Exército, guardiães da ordem da nossa Pátria. Vejam se não é loucura. Esse homem está doente! Esse homem está sofrendo de arteriosclerose ou outra coisa. A atitude do Marechal Odílio Denys é uma atitude contra o sentimento da Nação. Contra os estudantes e intelectuais, contra o povo, contra os trabalhadores, contra os professores, juízes, contra a Igreja. Ainda há pouco, conversando com S. Exa Rev.ma., Arcebispo D. Vicente Scherer, recebi a comunicação de que todos os cardeais do Brasil haviam decidido lançar proclamação pela paz, pela ordem legal, pela posse a quem constitucionalmente cabe governar o Brasil, pelo voto legítimo de seu povo. Essa proclamação está em curso pelo País. As Igrejas protestantes, todas as seitas religiosas clamam por paz, pela ordem legal. Não é a ordem do cemitério ou a ordem dos bandidos. Queremos ordem civilizada, ordem jurídica, a ordem do respeito humano. É isso.
Vejam se não é desatino. Vejam se não é loucura o que vão fazer. Podem nos esmagar, num dado momento. Jogarão o País no caos. Ninguém os respeitará. Ninguém terá confiança nessa autoridade que será imposta, delegada de uma ditadura. Ninguém impedirá que este País, por todos os seus meios, se levante lutando pelo poder. Nas cidades do interior surgirão as guerrilhas para defesa da honra e da dignidade, contra o que um louco e desatinado está querendo impor à família brasileira. Mas confio, ainda, que um homem como o General Machado Lopes, que é soldado, um homem que vive de seus deveres, como centenas, milhares de oficiais do Exército, como esta sargentada humilde, sabe que isso é uma loucura e um desatino e que cumpre salvar nossa Pátria. Tenho motivos para vos falar desta forma, vivendo a emoção deste momento, que talvez seja, para mim, a última oportunidade de me dirigir aos meus conterrâneos. Não aceitarei qualquer imposição.
Desde ontem organizamos um serviço de captação de notícias por todo o território nacional. É uma rede de radioamadores, num serviço organizado. Passamos a captar, aqui, as mensagens trocadas, mesmo em código e por teletipos, entre o III Exército e o Ministério da Guerra. As mais graves revelações quero vos transmitir. Ontem, por exemplo - vou ler rapidamente, porque talvez isso provoque a destruição desta rádio -, o Ministro da Guerra considerava que a preservação da ordem "só interessa ao Governador Brizola". Então, o Exército é agente da desordem, soldados do Brasil?! É outra prova da loucura! Diz o texto: "É necessário a firmeza do III Exército para que não cresça a força do inimigo potencial".
Eu sou inimigo, meus conterrâneos?! Estou sendo considerado inimigo, meus patrícios, quando só o que queremos é ordem e paz. Assim como esta, uma série de outras rádios foi captada até no Estado do Paraná, e aqui as recebemos por telefone, de toda a parte. Mais de cem pessoas telefonaram e confirmaram. Vejam o que diz o General Orlando Geisel, de ordem do Marechal Odílio Denys, ao III Exército: "Deve o Comandante do III Exército impedir a ação que vem desenvolvendo o Governador Brizola"; "deve promover o deslocamento de tropas e outras medidas que tratam de restituir o respeito ao Exército"; "o III Exército deve agir com a máxima urgência e presteza"; "faça convergir contra Porto Alegre toda a tropa do Rio Grande do Sul que julgar conveniente"; "a Aeronáutica deve realizar o bombardeio, se for necessário"; "está a caminho do Rio Grande uma força-tarefa da Marinha de Guerra", e "mande dizer qual o reforço de que precisa". Diz mais o General Geisel: "Insisto que a gravidade da situação nacional decorre, ainda, da situação do Rio Grande do Sul, por não terem, ainda, sido cumpridas as ordens enviadas para coibir ação do Governador Brizola".
Era isto, meus conterrâneos. Estamos aqui prestes a sofrer a destruição. Devem convergir sobre nós forças militares para nos destruir, segundo determinação do Ministro da Guerra. Mas tenho confiança no cumprimento do dever dos soldados, oficiais e sargentos, especialmente do General Machado Lopes, que, esperamos, não decepcionará a opinião gaúcha. Assuma, aqui, o papel histórico que lhe cabe. Imponha ordem neste País. Que não se intimide ante os atos de banditismo e vandalismo, ante esse crime contra a população civil, contra as autoridades. É uma loucura.
Povo de Porto Alegre, meus amigos do Rio Grande do Sul! Não desejo sacrificar ninguém, mas venham para a frente deste Palácio, numa demonstração de protesto contra essa loucura e esse desatino. Venham, e se eles quiserem cometer essa chacina, retirem-se, mas eu não me retirarei e aqui ficarei até o fim. Poderei ser esmagado. Poderei ser destruído. Poderei ser morto. Eu, a minha esposa e muitos amigos civis e militares do Rio Grande do Sul. Não importa. Ficará o nosso protesto, lavando a honra desta Nação. Aqui resistiremos até o fim. A morte é melhor do que vida sem honra, sem dignidade e sem glória. Aqui ficaremos até o fim. Podem atirar. Que decolem os jatos! Que atirem os armamentos que tiverem comprado à custa da fome e do sacrifício do povo! Joguem essas armas contra este povo. Já fomos dominados pelos trustes e monopólios norte-americanos. Estaremos aqui para morrer, se necessário. Um dia, nossos filhos e irmãos farão a independência do nosso povo!
Um abraço, meu povo querido! Se não puder falar mais, será porque não me foi possível! Todos sabem o que estou fazendo! Adeus, meu Rio Grande querido! Pode ser este, realmente, o nosso adeus! Mas aqui estaremos para cumprir o nosso dever.”
MARINHA AMERICANA DEU FORÇA AO GOLPE - OPERAÇÃO BROTHER SAM (31.03.1964)
Da série ESTAÇÃO HISTÓRIA, do site "Conexão Política", de Franklin Martins.
(Em: http://www.franklinmartins.com.br)
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Os sete comunicados abaixo representam apenas uma parte da documentação secreta da Operação “Brother Sam”, levada a cabo pela Marinha dos Estados Unidos, em apoio aos chefes militares brasileiros que derrubaram o governo constitucional de João Goulart. Às vésperas do golpe, uma força-tarefa, encabeçada por um porta-aviões, recebeu ordens de se dirigir para as proximidades do porto de Santos e aguardar novas determinações. Temia o governo norte-americano que o esquema militar fiel a Jango resistisse ao golpe e queria estar preparado para intervir nos acontecimentos. Como não houve resistência, a 3 de abril, dois dias depois da vitória do golpe, os navios americanos receberam ordens para deixar o teatro de operações. Os comunicados abaixo vieram a público 25 anos mais tarde.
1
Comunicado do Vice-Diretor de Operações da Marinha dos Estados Unidos, aos chefes do Estado-Maior Conjunto, sobre o deslocamento de força-tarefa para o Atlântico Sul (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
Distribuição limitada
Para: CINCLANT, USCINCSO, CINCSTRIKE
Ultra-secreto
Assunto: Deslocamento força-tarefa de porta-aviões
Refs.: Plano de emergência da USCINCSO
1. Enviar CVA e força-tarefa de apoio logo que possível. Destino inicial: área oceânica nas vizinhanças de Santos, Brasil. A finalidade da força-tarefa de porta-aviões é manter presença norte-americana nesta área quando ordenado, e estar preparada para cumprir missões que venham a ser ordenadas. Seguem instruções adicionais.
2. Enviar as forças de reabastecimento que forem necessárias.
3. Até segunda ordem, manter em sigilo o destino deste deslocamento. As informações relativas a esses deslocamentos serão distribuídas posteriormente.
4. Solicita-se relatório de situação sobre o progresso da missão. GP-3.
31 de março de 1964 - 13h50min.
John L. Chew, Contra-Almirante, USN
Vice-Diretor de Operações
Preparado por: Capitão H. B. Stark, USN
Distribuição regular: JCS, e mais: Casa Branca; Dep. de Estado; OSD (ISA); OSD (PA); CIA.
Comunicado do Vice-Diretor de Operações da Força Aérea americana, aos chefes do Estado-Maior Conjunto, sobre a distribuição de mensagens relacionadas com o Brasil (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade
Para: USCINCSO, CINCLANT, CINCSTRIKE
Distribuição limitada
Exclusivo: JCS
Inform.: Dep. Estado, Casa Branca, CIA, OSD, CSAF, CSA, CNO, NSA, Comats.
Ultra-secreto
O planejamento e ações militares relacionadas com a situação no Brasil devem ser tratados dentro de maior sigilo. Contudo, a fim de apressar divulgação para as agências interessadas em Washington e eliminar a necessidade de reendereçamento elétrico, solicita-se a inclusão do Departamento de Estado, Casa Branca, CIA e OSD, numa base de distribuição limitada, como destinatários de mensagens importantes relacionadas com esta situação. GP-4.
Abril de 1964.
Paul W. Tibbets, Jr., General-de-Brigada da USAF
Vice-Diretor para NMCS, Diretoria de Operações
DTG 312217Z março
Preparado por: General Tibbets, Jr.
Comunicado do Comandante-Chefe da Esquadra do Atlântico sobre ordem de operação nas costas brasileiras ao sul (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
0 312250Z
De. CINCLANTFLT
Para. RUECBAL/COMSECONDFLT
Distribuição limitada
RUCKCR/COMSERVLANT
Inform.: RUEKDA/JCS, RUEKDL/CINCSTRIKE, RUCKCR/COM-CRUDESLANT, ZEN/CINCLANT, RUECW/CNO, RUCKCR/COMNAVAIR-LANT, RULPC/USCINSO, RUCKCR/COMSOLANT
Ultra-secreto
A. CINCLANTFLT 312046Z NOTAL
Esta é uma ordem de operação CINCLANTFLT 26-64
A ser rigorosamente cumprida.
1. Situação. CINCLANT ordenou a CINCLANT despachar uma força-tarefa com porta-aviões rápido e o necessário apoio a operações no Oceano Atlântico Sul.
2. Missão. Realizar operações de força-tarefa ao sul do Oceano Atlântico, a fim de manter presença norte-americana nesta área quando ordenado a cumprir missões adicionais que venham a ser determinadas.
3. Execução.
A. COMSECONDFLT
(1) Formar, designar e distribuir na área oceânica nas vizinhanças de Santos, Brasil, uma força-tarefa com porta-aviões rápido, composta de COMCARDIV 4 em Forrestal (CVA 59), com Leahy (DLG 16) e COMDESDIV 262, no Barney (DDG 6), partindo de Norfolk, Virgínia, aproximadamente a 011200Z, para chegar às áreas cerca de 11 de abril.
(2) Grupo de apoio de helicópteros, composto de Turckee (AO147), COMDESDIV 162, No Ware (D865), Summer (DD692), Harwood (861) e W. C. Lawe (DD7630), para COMCARDIV 4, e distribuir para chegar à área aproximadamente a 14 de abril.
(3) COMCARDIV 4 deve estar preparado para manter presença norte-ame-ricana na área quando ordenado e cumprir missões adicionais que venham a ser determinadas.
(4) COMCARDIV 4 deve abastecer unidades durante a viagem em navios-tanque baseados nas Caraíbas, para que disponham de um máximo de combustível ao chegar à área.
(5) COMCARDIV 4 deve submeter relatórios de situação a partir de 1000Z diariamente e enquanto a situação o exigir.
B. COMSERVLANT
(1) Helicópteros de Turckee para COMSECONDFLT, para fins operacionais.
(2) Apoiar COMCARDIV 4 a caminho para área, conforme solicitado, com navios-tanque baseados nas Caraíbas.
(3) Preparar para fornecer apoio logístico de reforço conforme ordenado, inclusive AO, AE e AF.
X. Instruções de coordenação
(1) Esta ordem de operação entra em vigor para fins de planejamento quando for recebida e para execução a 011200Z aproximadamente. Permanecem em vigor até instruções posteriores.
(2) Manter sigilo do destino deste deslocamento. As informações serão distribuídas posteriormente.
(3) Completadas as operações, as forças de helicóptero retornarão ao controle de operações normal.
(4) Seguem instruções adicionais.
4. Administração e logística. IAW CINCLANTFLT, Ordem de Operação 1-63.
5. Comando e CIGNAL.
A. Comunicações IAW CINCLANTFLT COMMOPLAN
B. CINCLANTFLT no QG em Norfolk, Virgínia. GP-3
Ofício de Serviço TWC
312250Z março 64
4
Mensagem do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea americana, aos chefes do Estado Maior Conjunto, sobre a designação do comandante da missão e o apoio para o plano de emergência para o Brasil (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade
De: CSAF Washington, DC
Para: ZEN/MATS, ZEN/SAC, ZEN/TAC
Inform.: RUEDKA/JCS, ZEN/CSA, ZEN USCINCSO, ZEN/CINCLANT, RUECW/CNO, RUECYN/COMSTS, ZEN/EASTAF, ZEN/AFLC
Citar AFXDO 65611.
Ultra-secreto
Esta mensagem é dividida em duas partes.
Referência mensagem USAF - AFXOP 65569
Para MATS.
O Comandante do MATS deve designar o General-de-Divisão George S. Brown comandante da missão para o Projeto Brother Sam.
Para TAC.
TAC designará um comandante para missão subordinada responsável pelas operações de escolta caça/petroleiro em apoio do Projeto Brother Sam. Solicita-se avisar este comando do nome do oficial designado.
011644Z abril 64
Oficial de serviço: WU/JKD
Casa Branca, Washington
Mr. Bundy:
Este é um resumo do plano de emergência do CINCSO proposto para o Brasil.
5
Comunicado do comando das forças sediadas no Panamá com recomendações sobre as mudanças de ação da Operação Brother Sam e da força-tarefa (3 abr. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade
P 031724Z
Para: RUEKD/JCS
Distribuição limitada
Inform.: RUESAU/Embaixada Americana Rio de Janeiro
Ultra-secreto
Citar: SC2329EOA
As seguintes são as recomendações do USCINCSO relativas às mudanças de ação do projeto BROTHER SAM e força-tarefa com porta-aviões.
1. 110 toneladas de armas e munições continuarão retidas na Base McGuire, enquanto o Embaixador Gordon determina se as forças militares brasileiras ou as forças policiais do Estado necessitarão de um apoio americano antecipado.
2. TAC, SAC e MATS estão liberados do apoio de BROTHER SAM.
3. A força-tarefa com porta-aviões prosseguirá em direção ao Atlântico Sul até que o Embaixador declare que uma visita a portos brasileiros ou outras demonstrações americanas de poder naval são definitivamente desnecessárias.
4. Só deve ser mantida a parte do movimento político que o Embaixador considere essencial à situação atual. GP-4.
031724Z abril 64.
Oficial de serviço: WU/DRJ
6
Comunicados do Comandante da Esquadra do Atlântico sobre o cancelamento da Operação Brother Sam (3 abr. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
0 031750Z
De: CINCLANTFLT
Distribuição limitada
Para: RUECBAL/COMSECONDFLT, RUCKCR/COMSERVLANT
Inform.: RUCKCR/CTG 22.9, RUEKDA/JCS, RUEKDL/CINCSTRIKE, RUCKCR/COMCRUDESLANT, ZEN/CINCLANT, RUECW/CNO, RUCKCR/ COMNAVAIRLANT, RULPC/USCINCSO, RUCKCR/COMSOLANT
Ultra-secreto
Cancelamento Ordem de Operação 26-64 CINCLANT
A. CINCLANTFLT 312250Z MAR NOTAL
1. Cancele Ordem de Operação 26-64 CLF.
2. Essencial tomar todas as precauções para encobrir e dar recuo rápido em todas as operações. Ordene COMCARDIV 4 a completar reabastecimento de Kan-kakee, conforme programado, e depois dirigir-se à área de recuo rápido em grupo. Movimentos de Kankakee à discrição de COMSERVLANT.
3. Sugerir a COMCARDIV 4 fazer um ataque simbólico OPS 8 aproximadamente contra recuo rápido das forças para longe de MHC, simulando uma oposição imprevista e devolver unidades às operações normais. Leahy para se reunir a Quick Kick, como programado. Movimentos de COMCARDIV 4 à discrição de COMSECCONDFLT. GP-1.
031750Z abril 1964.
Oficial de Serviço: WU/JKD
* * *
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
0 021722Z
De: USCINCSO
Para: RULPAK/COMUSARSO, RULBCR/COMUSNAVSO Citar: SC 23 14EO, RUEANF/COMUSAFSO, UULPPY/COMUSSCJTF
Inform.: RUEKDA/JCS
Distribuição limitada
RUEKDL/CINCSTRIKE
Ultra-secreto
USSOUTHCOM MSG SC2303EO DTG 011900 abril 1964.
Encerrar USSCJTF, Brasil, a partir de 022000Z abril 1964. GP-4.
Informar: CJCS DJS NMCC OSD DIA SACSA
021722Z abril 1964
Oficial de serviço: TWC
7
Comunicado do Diretor de Operações da Força Aérea americana para a retirada da força-tarefa com porta-aviões das águas oceânicas do Atlântico Sul (3 abr. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
Informação: Rotina
Para: CINCLANT
Inform.: USCINCSCO
Distribuição limitada
CINCSTRIKE, CSA, CNO, CSAF, CMC
Ultra-secreto
Assunto: Força-tarefa com porta-aviões
Refs.: A. JCS 5574, DTG/311907Z; B. JCS 5587, DTG 312217Z
1. A situação atual no Brasil não exigirá a presença da força-tarefa com porta-aviões em águas oceânicas ao sul do país, conforme ordenado na referência A.
2. Por conseguinte, as instruções contidas na referência A ficam a partir de agora canceladas. As forças envolvidas serão reenviadas às áreas que se achar conveniente.
3. Continuar observando a referência B, no que diz respeito ao sigilo envolvendo esta operação. GP-3.
3 de abril de 1964 - 11h30min.
F. T. Unger, General-de-Divisão USA
Diretor de Operações
DTG 031630Z abril 64.
Preparado por: Capitão H. B. Stark, USN
Instruções especiais: distribuição limitada JCS e mais: Casa Branca, Dep. de Estado, Secr. Defesa, ASD (ISA), CIA, NSA
(Em: http://www.franklinmartins.com.br)
---------------------------------------
Os sete comunicados abaixo representam apenas uma parte da documentação secreta da Operação “Brother Sam”, levada a cabo pela Marinha dos Estados Unidos, em apoio aos chefes militares brasileiros que derrubaram o governo constitucional de João Goulart. Às vésperas do golpe, uma força-tarefa, encabeçada por um porta-aviões, recebeu ordens de se dirigir para as proximidades do porto de Santos e aguardar novas determinações. Temia o governo norte-americano que o esquema militar fiel a Jango resistisse ao golpe e queria estar preparado para intervir nos acontecimentos. Como não houve resistência, a 3 de abril, dois dias depois da vitória do golpe, os navios americanos receberam ordens para deixar o teatro de operações. Os comunicados abaixo vieram a público 25 anos mais tarde.
1
Comunicado do Vice-Diretor de Operações da Marinha dos Estados Unidos, aos chefes do Estado-Maior Conjunto, sobre o deslocamento de força-tarefa para o Atlântico Sul (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
Distribuição limitada
Para: CINCLANT, USCINCSO, CINCSTRIKE
Ultra-secreto
Assunto: Deslocamento força-tarefa de porta-aviões
Refs.: Plano de emergência da USCINCSO
1. Enviar CVA e força-tarefa de apoio logo que possível. Destino inicial: área oceânica nas vizinhanças de Santos, Brasil. A finalidade da força-tarefa de porta-aviões é manter presença norte-americana nesta área quando ordenado, e estar preparada para cumprir missões que venham a ser ordenadas. Seguem instruções adicionais.
2. Enviar as forças de reabastecimento que forem necessárias.
3. Até segunda ordem, manter em sigilo o destino deste deslocamento. As informações relativas a esses deslocamentos serão distribuídas posteriormente.
4. Solicita-se relatório de situação sobre o progresso da missão. GP-3.
31 de março de 1964 - 13h50min.
John L. Chew, Contra-Almirante, USN
Vice-Diretor de Operações
Preparado por: Capitão H. B. Stark, USN
Distribuição regular: JCS, e mais: Casa Branca; Dep. de Estado; OSD (ISA); OSD (PA); CIA.
Comunicado do Vice-Diretor de Operações da Força Aérea americana, aos chefes do Estado-Maior Conjunto, sobre a distribuição de mensagens relacionadas com o Brasil (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade
Para: USCINCSO, CINCLANT, CINCSTRIKE
Distribuição limitada
Exclusivo: JCS
Inform.: Dep. Estado, Casa Branca, CIA, OSD, CSAF, CSA, CNO, NSA, Comats.
Ultra-secreto
O planejamento e ações militares relacionadas com a situação no Brasil devem ser tratados dentro de maior sigilo. Contudo, a fim de apressar divulgação para as agências interessadas em Washington e eliminar a necessidade de reendereçamento elétrico, solicita-se a inclusão do Departamento de Estado, Casa Branca, CIA e OSD, numa base de distribuição limitada, como destinatários de mensagens importantes relacionadas com esta situação. GP-4.
Abril de 1964.
Paul W. Tibbets, Jr., General-de-Brigada da USAF
Vice-Diretor para NMCS, Diretoria de Operações
DTG 312217Z março
Preparado por: General Tibbets, Jr.
Comunicado do Comandante-Chefe da Esquadra do Atlântico sobre ordem de operação nas costas brasileiras ao sul (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
0 312250Z
De. CINCLANTFLT
Para. RUECBAL/COMSECONDFLT
Distribuição limitada
RUCKCR/COMSERVLANT
Inform.: RUEKDA/JCS, RUEKDL/CINCSTRIKE, RUCKCR/COM-CRUDESLANT, ZEN/CINCLANT, RUECW/CNO, RUCKCR/COMNAVAIR-LANT, RULPC/USCINSO, RUCKCR/COMSOLANT
Ultra-secreto
A. CINCLANTFLT 312046Z NOTAL
Esta é uma ordem de operação CINCLANTFLT 26-64
A ser rigorosamente cumprida.
1. Situação. CINCLANT ordenou a CINCLANT despachar uma força-tarefa com porta-aviões rápido e o necessário apoio a operações no Oceano Atlântico Sul.
2. Missão. Realizar operações de força-tarefa ao sul do Oceano Atlântico, a fim de manter presença norte-americana nesta área quando ordenado a cumprir missões adicionais que venham a ser determinadas.
3. Execução.
A. COMSECONDFLT
(1) Formar, designar e distribuir na área oceânica nas vizinhanças de Santos, Brasil, uma força-tarefa com porta-aviões rápido, composta de COMCARDIV 4 em Forrestal (CVA 59), com Leahy (DLG 16) e COMDESDIV 262, no Barney (DDG 6), partindo de Norfolk, Virgínia, aproximadamente a 011200Z, para chegar às áreas cerca de 11 de abril.
(2) Grupo de apoio de helicópteros, composto de Turckee (AO147), COMDESDIV 162, No Ware (D865), Summer (DD692), Harwood (861) e W. C. Lawe (DD7630), para COMCARDIV 4, e distribuir para chegar à área aproximadamente a 14 de abril.
(3) COMCARDIV 4 deve estar preparado para manter presença norte-ame-ricana na área quando ordenado e cumprir missões adicionais que venham a ser determinadas.
(4) COMCARDIV 4 deve abastecer unidades durante a viagem em navios-tanque baseados nas Caraíbas, para que disponham de um máximo de combustível ao chegar à área.
(5) COMCARDIV 4 deve submeter relatórios de situação a partir de 1000Z diariamente e enquanto a situação o exigir.
B. COMSERVLANT
(1) Helicópteros de Turckee para COMSECONDFLT, para fins operacionais.
(2) Apoiar COMCARDIV 4 a caminho para área, conforme solicitado, com navios-tanque baseados nas Caraíbas.
(3) Preparar para fornecer apoio logístico de reforço conforme ordenado, inclusive AO, AE e AF.
X. Instruções de coordenação
(1) Esta ordem de operação entra em vigor para fins de planejamento quando for recebida e para execução a 011200Z aproximadamente. Permanecem em vigor até instruções posteriores.
(2) Manter sigilo do destino deste deslocamento. As informações serão distribuídas posteriormente.
(3) Completadas as operações, as forças de helicóptero retornarão ao controle de operações normal.
(4) Seguem instruções adicionais.
4. Administração e logística. IAW CINCLANTFLT, Ordem de Operação 1-63.
5. Comando e CIGNAL.
A. Comunicações IAW CINCLANTFLT COMMOPLAN
B. CINCLANTFLT no QG em Norfolk, Virgínia. GP-3
Ofício de Serviço TWC
312250Z março 64
4
Mensagem do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea americana, aos chefes do Estado Maior Conjunto, sobre a designação do comandante da missão e o apoio para o plano de emergência para o Brasil (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade
De: CSAF Washington, DC
Para: ZEN/MATS, ZEN/SAC, ZEN/TAC
Inform.: RUEDKA/JCS, ZEN/CSA, ZEN USCINCSO, ZEN/CINCLANT, RUECW/CNO, RUECYN/COMSTS, ZEN/EASTAF, ZEN/AFLC
Citar AFXDO 65611.
Ultra-secreto
Esta mensagem é dividida em duas partes.
Referência mensagem USAF - AFXOP 65569
Para MATS.
O Comandante do MATS deve designar o General-de-Divisão George S. Brown comandante da missão para o Projeto Brother Sam.
Para TAC.
TAC designará um comandante para missão subordinada responsável pelas operações de escolta caça/petroleiro em apoio do Projeto Brother Sam. Solicita-se avisar este comando do nome do oficial designado.
011644Z abril 64
Oficial de serviço: WU/JKD
Casa Branca, Washington
Mr. Bundy:
Este é um resumo do plano de emergência do CINCSO proposto para o Brasil.
5
Comunicado do comando das forças sediadas no Panamá com recomendações sobre as mudanças de ação da Operação Brother Sam e da força-tarefa (3 abr. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade
P 031724Z
Para: RUEKD/JCS
Distribuição limitada
Inform.: RUESAU/Embaixada Americana Rio de Janeiro
Ultra-secreto
Citar: SC2329EOA
As seguintes são as recomendações do USCINCSO relativas às mudanças de ação do projeto BROTHER SAM e força-tarefa com porta-aviões.
1. 110 toneladas de armas e munições continuarão retidas na Base McGuire, enquanto o Embaixador Gordon determina se as forças militares brasileiras ou as forças policiais do Estado necessitarão de um apoio americano antecipado.
2. TAC, SAC e MATS estão liberados do apoio de BROTHER SAM.
3. A força-tarefa com porta-aviões prosseguirá em direção ao Atlântico Sul até que o Embaixador declare que uma visita a portos brasileiros ou outras demonstrações americanas de poder naval são definitivamente desnecessárias.
4. Só deve ser mantida a parte do movimento político que o Embaixador considere essencial à situação atual. GP-4.
031724Z abril 64.
Oficial de serviço: WU/DRJ
6
Comunicados do Comandante da Esquadra do Atlântico sobre o cancelamento da Operação Brother Sam (3 abr. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
0 031750Z
De: CINCLANTFLT
Distribuição limitada
Para: RUECBAL/COMSECONDFLT, RUCKCR/COMSERVLANT
Inform.: RUCKCR/CTG 22.9, RUEKDA/JCS, RUEKDL/CINCSTRIKE, RUCKCR/COMCRUDESLANT, ZEN/CINCLANT, RUECW/CNO, RUCKCR/ COMNAVAIRLANT, RULPC/USCINCSO, RUCKCR/COMSOLANT
Ultra-secreto
Cancelamento Ordem de Operação 26-64 CINCLANT
A. CINCLANTFLT 312250Z MAR NOTAL
1. Cancele Ordem de Operação 26-64 CLF.
2. Essencial tomar todas as precauções para encobrir e dar recuo rápido em todas as operações. Ordene COMCARDIV 4 a completar reabastecimento de Kan-kakee, conforme programado, e depois dirigir-se à área de recuo rápido em grupo. Movimentos de Kankakee à discrição de COMSERVLANT.
3. Sugerir a COMCARDIV 4 fazer um ataque simbólico OPS 8 aproximadamente contra recuo rápido das forças para longe de MHC, simulando uma oposição imprevista e devolver unidades às operações normais. Leahy para se reunir a Quick Kick, como programado. Movimentos de COMCARDIV 4 à discrição de COMSECCONDFLT. GP-1.
031750Z abril 1964.
Oficial de Serviço: WU/JKD
* * *
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
0 021722Z
De: USCINCSO
Para: RULPAK/COMUSARSO, RULBCR/COMUSNAVSO Citar: SC 23 14EO, RUEANF/COMUSAFSO, UULPPY/COMUSSCJTF
Inform.: RUEKDA/JCS
Distribuição limitada
RUEKDL/CINCSTRIKE
Ultra-secreto
USSOUTHCOM MSG SC2303EO DTG 011900 abril 1964.
Encerrar USSCJTF, Brasil, a partir de 022000Z abril 1964. GP-4.
Informar: CJCS DJS NMCC OSD DIA SACSA
021722Z abril 1964
Oficial de serviço: TWC
7
Comunicado do Diretor de Operações da Força Aérea americana para a retirada da força-tarefa com porta-aviões das águas oceânicas do Atlântico Sul (3 abr. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
Informação: Rotina
Para: CINCLANT
Inform.: USCINCSCO
Distribuição limitada
CINCSTRIKE, CSA, CNO, CSAF, CMC
Ultra-secreto
Assunto: Força-tarefa com porta-aviões
Refs.: A. JCS 5574, DTG/311907Z; B. JCS 5587, DTG 312217Z
1. A situação atual no Brasil não exigirá a presença da força-tarefa com porta-aviões em águas oceânicas ao sul do país, conforme ordenado na referência A.
2. Por conseguinte, as instruções contidas na referência A ficam a partir de agora canceladas. As forças envolvidas serão reenviadas às áreas que se achar conveniente.
3. Continuar observando a referência B, no que diz respeito ao sigilo envolvendo esta operação. GP-3.
3 de abril de 1964 - 11h30min.
F. T. Unger, General-de-Divisão USA
Diretor de Operações
DTG 031630Z abril 64.
Preparado por: Capitão H. B. Stark, USN
Instruções especiais: distribuição limitada JCS e mais: Casa Branca, Dep. de Estado, Secr. Defesa, ASD (ISA), CIA, NSA
domingo, 6 de abril de 2008
DENGUE "MATA ÀS DEZENAS" NO RIO, DIZ 'LE MONDE'
A notícia fala por si. Só nos resta lamentar. Ou não?
Marisco, continue berrando... por favor.
A dengue tem feito vítimas "às dezenas" e deixado urgências hospitalares "sobrecarregadas" no Rio de Janeiro, segundo uma reportagem publicada na edição desta sexta-feira do jornal francês Le Monde. O artigo mantém na agenda dos jornais estrangeiros a epidemia que já matou 67 pessoas na cidade. O argentino Clarín reporta inclusive estatísticas não-oficiais de que o número de pessoas afetadas é maior que o utilizado pelo governo.
"Mortes às dezenas, salas de urgências lotadas, médicos sobrecarregados: o Rio de Janeiro enfrenta sua pior epidemia de dengue dos últimos 50 anos", descreve o vespertino francês, afirmando que o alcance do problema obrigou as autoridades federais e locais a agir "tardiamente".
O jornal diz que a epidemia foi piorada pela "negligência" das autoridades. O Monde destaca que o governador Sérgio Cabral assumiu que houve "falhas" na prevenção da doença. Além disso, para o jornal, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva representaram a admissão de "certa irresponsabilidade" em todos os níveis.
Tanto o Le Monde quanto o Clarín destacam que a "favelização" do Rio de Janeiro contribuiu para a disseminação da dengue.
O diário argentino diz que um estudo do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-RJ) "não deixou dúvidas sobre as origens da epidemia". "Há uma única razão: os lixões em bairros marginais, morros ou planos, onde abundam os esgotos a céu aberto."
Segundo o jornal, atualmente há 60 mil casos registrados, mas "poderia ser que os números estejam mais próximos do milhão".
"A epidemia já não está só no Rio, a cidade mais vulnerável. Também afeta Belo Horizonte, Curitiba e várias províncias (Estados) do Nordeste, sobretudo a Bahia. Os corpos diplomáticos começam a se preocupar. Nas páginas oficiais das Embaixadas dos Estados Unidos, França e Portugal, já avisam sobre os riscos."
Marisco, continue berrando... por favor.
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via estadao.com.br - Últimas notícias em 04/04/08
A dengue tem feito vítimas "às dezenas" e deixado urgências hospitalares "sobrecarregadas" no Rio de Janeiro, segundo uma reportagem publicada na edição desta sexta-feira do jornal francês Le Monde. O artigo mantém na agenda dos jornais estrangeiros a epidemia que já matou 67 pessoas na cidade. O argentino Clarín reporta inclusive estatísticas não-oficiais de que o número de pessoas afetadas é maior que o utilizado pelo governo.
"Mortes às dezenas, salas de urgências lotadas, médicos sobrecarregados: o Rio de Janeiro enfrenta sua pior epidemia de dengue dos últimos 50 anos", descreve o vespertino francês, afirmando que o alcance do problema obrigou as autoridades federais e locais a agir "tardiamente".
O jornal diz que a epidemia foi piorada pela "negligência" das autoridades. O Monde destaca que o governador Sérgio Cabral assumiu que houve "falhas" na prevenção da doença. Além disso, para o jornal, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva representaram a admissão de "certa irresponsabilidade" em todos os níveis.
Tanto o Le Monde quanto o Clarín destacam que a "favelização" do Rio de Janeiro contribuiu para a disseminação da dengue.
O diário argentino diz que um estudo do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-RJ) "não deixou dúvidas sobre as origens da epidemia". "Há uma única razão: os lixões em bairros marginais, morros ou planos, onde abundam os esgotos a céu aberto."
Segundo o jornal, atualmente há 60 mil casos registrados, mas "poderia ser que os números estejam mais próximos do milhão".
"A epidemia já não está só no Rio, a cidade mais vulnerável. Também afeta Belo Horizonte, Curitiba e várias províncias (Estados) do Nordeste, sobretudo a Bahia. Os corpos diplomáticos começam a se preocupar. Nas páginas oficiais das Embaixadas dos Estados Unidos, França e Portugal, já avisam sobre os riscos."
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BAIRRO DA ZONA OESTE DO RIO REGISTRA UM ENTRE 20 CASOS DE DENGUE
Infelizmente a dengue continua mandando notícias. A epidemia só tem piorado e o número de casos aumenta de forma assustadora. Já é uma calamidade pública e uma verdadeira catástrofe social. Acompanhe a matéria publicada originalmente na Folha OnLine.
O bairro de Curicica, na zona oeste do Rio de Janeiro, registrou 2.970 casos de dengue no Estado do Rio de Janeiro, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde. Com cerca de 25 mil moradores (segundo o Censo de 2000), a região responde sozinha por 5% do total de casos da doença. De acordo com o presidente da Associação de Moradores de Curicica, Luiz Medeiros, o grande culpado pela proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, foi o crescimento desordenado do bairro. "Somos um bairro que cresceu muito rápido. É uma área industrial, de grandes invasões de terra, em que foram construídas moradias de uma forma totalmente desordenada. E, infelizmente, o poder público não olhou para isso. E hoje a coisa está cada vez ficando pior", disse. Leia mais (06/04/2008 - 01h46)
Enviado para você por marcos através do Google Reader:
via Folha Online - Brasil - Principal em 05/04/08
O bairro de Curicica, na zona oeste do Rio de Janeiro, registrou 2.970 casos de dengue no Estado do Rio de Janeiro, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde. Com cerca de 25 mil moradores (segundo o Censo de 2000), a região responde sozinha por 5% do total de casos da doença. De acordo com o presidente da Associação de Moradores de Curicica, Luiz Medeiros, o grande culpado pela proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, foi o crescimento desordenado do bairro. "Somos um bairro que cresceu muito rápido. É uma área industrial, de grandes invasões de terra, em que foram construídas moradias de uma forma totalmente desordenada. E, infelizmente, o poder público não olhou para isso. E hoje a coisa está cada vez ficando pior", disse. Leia mais (06/04/2008 - 01h46)
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CORREA ANUNCIA AÇÕES CONTRA COLÔMBIA.
A tensão entre Equador e Colômbia parece estar longe de se encerrar, conforme noticia o JC OnLine.
O presidente do Equador, Rafael Correa, informou neste sábado (5) que está preparando ações legais contra Bogotá pela morte do equatoriano Franklin Aisalla em uma incursão militar colombiana contra as Farc em território nacional, o que mantém rompidas as relações diplomáticas entre os dois países. "Estamos preparando outras ações legais, neste caso pela morte do cidadão Aisalla", declarou o presidente em seu programa semanal de rádio. Correa disse que a família da vítima tem todo o apoio do governo porque, "independente se era guerrilheiro ou não, trata-se de um equatoriano assassinado pelas forças estrangeiras em solo pátrio e não se pode permitir isso". Correa assinalou que seu secretário particular receberá os familiares de Aisalla, que foi abatido no ataque militar colombiano contra as Farc no Equador em 1 de março, e que deixou mais de vinte mortos, incluindo o chefe rebelde Raúl Reyes. Há uma semana o chefe de Estado anunciou que Quito lançará uma série de contra-ofensivas frente aos "abusos" de Bogotá, como apresentar uma queixa ante a CIJ (Corte Internacional de Justiça de Haia) pelas fumigações aéreas da Colômbia para combater cultivos ilícitos em sua fronteira comum. O ministério equatoriano da Defesa admitiu que Aisalla foi investigado pelo Exército por um suposto vínculo com a guerrilha das Farc. Em uma entrevista concedida neste sábado ao jornal espanhol El País, Correa insistiu que os contatos de seu governo com a guerrilha das Farc pretendiam facilitar uma ação humanitária e que as autoridades colombianas estavam a par. Correa explicou o encontro do ministro do Interior equatoriano, Gustavo Larrea, com o número dois das Farc, Raúl Reyes, dentro das gestões para libertar Enmanuel, o filho de Clara Rojas, refém da guerrilha liberada em janeiro. Larrea avisou previamente o presidente colombiano, Alvaro Uribe, de que o Equador participaria em ações humanitárias, apesar de não ter prevenido do encontro com Reyes, que aconteceu num país neutro, segundo Correa. Reyes foi posteriormente morto numa incursão militar colombiana em território equatoriano. Correa, que assegurou que em sua vida jamais encontrou alguém das Farc, taxou de mentiras as informações encontradas no computador de Raúl Reyes nas quais ele e alguns de seus colaboradores são vinculados com a guerrilha. Quanto ao possível restabelecimento das relações com a Colômbia, o presidente equatoriano advertiu que, enquanto houver informações por parte de Bogotá sobre o conteúdo do computador de Reyes, será difícil retomar os contatos diplomáticos. Correa, no entanto, disse que espera superar em breve esse "gravíssimo incidente" com a Colômbia, para restabelecer os vínculos diplomáticos. "Tomara que superemos o mais rápido possível esse gravíssimo incidente, para restabelecermos relações com um país irmão como a Colômbia, mas com satisfação para a o Equador, para a família Aisalla, com justiça e dignidade", concluiu. Fonte: Diário do Grande ABC
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via JC OnLine - Notícias em 05/04/08
O presidente do Equador, Rafael Correa, informou neste sábado (5) que está preparando ações legais contra Bogotá pela morte do equatoriano Franklin Aisalla em uma incursão militar colombiana contra as Farc em território nacional, o que mantém rompidas as relações diplomáticas entre os dois países. "Estamos preparando outras ações legais, neste caso pela morte do cidadão Aisalla", declarou o presidente em seu programa semanal de rádio. Correa disse que a família da vítima tem todo o apoio do governo porque, "independente se era guerrilheiro ou não, trata-se de um equatoriano assassinado pelas forças estrangeiras em solo pátrio e não se pode permitir isso". Correa assinalou que seu secretário particular receberá os familiares de Aisalla, que foi abatido no ataque militar colombiano contra as Farc no Equador em 1 de março, e que deixou mais de vinte mortos, incluindo o chefe rebelde Raúl Reyes. Há uma semana o chefe de Estado anunciou que Quito lançará uma série de contra-ofensivas frente aos "abusos" de Bogotá, como apresentar uma queixa ante a CIJ (Corte Internacional de Justiça de Haia) pelas fumigações aéreas da Colômbia para combater cultivos ilícitos em sua fronteira comum. O ministério equatoriano da Defesa admitiu que Aisalla foi investigado pelo Exército por um suposto vínculo com a guerrilha das Farc. Em uma entrevista concedida neste sábado ao jornal espanhol El País, Correa insistiu que os contatos de seu governo com a guerrilha das Farc pretendiam facilitar uma ação humanitária e que as autoridades colombianas estavam a par. Correa explicou o encontro do ministro do Interior equatoriano, Gustavo Larrea, com o número dois das Farc, Raúl Reyes, dentro das gestões para libertar Enmanuel, o filho de Clara Rojas, refém da guerrilha liberada em janeiro. Larrea avisou previamente o presidente colombiano, Alvaro Uribe, de que o Equador participaria em ações humanitárias, apesar de não ter prevenido do encontro com Reyes, que aconteceu num país neutro, segundo Correa. Reyes foi posteriormente morto numa incursão militar colombiana em território equatoriano. Correa, que assegurou que em sua vida jamais encontrou alguém das Farc, taxou de mentiras as informações encontradas no computador de Raúl Reyes nas quais ele e alguns de seus colaboradores são vinculados com a guerrilha. Quanto ao possível restabelecimento das relações com a Colômbia, o presidente equatoriano advertiu que, enquanto houver informações por parte de Bogotá sobre o conteúdo do computador de Reyes, será difícil retomar os contatos diplomáticos. Correa, no entanto, disse que espera superar em breve esse "gravíssimo incidente" com a Colômbia, para restabelecer os vínculos diplomáticos. "Tomara que superemos o mais rápido possível esse gravíssimo incidente, para restabelecermos relações com um país irmão como a Colômbia, mas com satisfação para a o Equador, para a família Aisalla, com justiça e dignidade", concluiu. Fonte: Diário do Grande ABC
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sexta-feira, 4 de abril de 2008
O CASO VEJA. Por Luís Nassif
Acompanhar o Blog de Luis Nassif é encontar a clareza e a luminosidade da verdadeira coragem.
Abaixo a reprodução de parte de uma série de postagens esclarecedoras sobre como age a grande mídia na defesa de seus interesses, por ela, inconfessáveis.
Visite e acompanhe o Blog de Luis Nassif.
DO BLOG DE LUIS NASSIF (Em: http://www.projetobr.com.br/web/blog?entryId=6310)
O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico.
Para entender o que se passou com a revista nesse período, é necessário juntar um conjunto de peças.
O primeiro conjunto são as mudanças estruturais que a mídia vem atravessando em todo mundo.
O segundo, a maneira como esses processos se refletiram na crise política brasileira e nas grandes disputas empresariais, a partir do advento dos banqueiros de negócio que sobem à cena política e econômica na última década..
A terceira, as características específicas da revista Veja, e as mudanças pelas quais passou nos últimos anos.
O estilo neocon
De um lado há fenômenos gerais que modificaram profundamente a imprensa mundial nos últimos anos. A linguagem ofensiva, herança dos “neocons” americanos, foi adotada por parte da imprensa brasileira como se fosse a última moda.
Durante todos os anos 90, Veja havia desenvolvido um estilo jornalístico onde campeavam alusões a defeitos físicos, agressões e manipulação de declarações de fonte. Quando o estilo “neocon” ganhou espaço nos EUA, não foi difícil à revista radicalizar seu próprio estilo.
Um segundo fenômeno desse período foi a identificação de uma profunda antipatia da chamada classe média mídiatica em relação ao governo Lula, fruto dos escândalos do “mensalão”, do deslumbramento inicial dos petistas que ascenderam ao poder, agravado por um forte preconceito de classe. Esse sentimento combinava com a catarse proporcionada pelo estilo “neocon”. Outros colunistas utilizaram com talento – como Arnaldo Jabor -, nenhum com a fúria grosseira com que Veja enveredou pelos novos caminhos jornalísticos.
O jornalismo e os negócios
Outro fenômeno recorrente – esse ainda nos anos 90 -- foi o da terceirização das denúncias e o uso de notas como ferramenta para disputas empresariais e jurídicas.
A marketinização da notícia, a falta de estrutura e de talento para a reportagem tornaram muitos jornalistas meros receptadores de dossiês preparados por lobistas.
Ao longo de toda a década, esse tipo de jogo criou uma promiscuidade perigosa entre jornalistas e lobistas. Havia um círculo férreo, que afetou em muitos as revistas semanais. E um personagem que passou a cumprir, nas redações, o papel sujo antes desempenhado pelos repórteres policiais: os chamados repórteres de dossiês.
Consistia no seguinte:
O lobista procurava o repórter com um dossiê que interessava para seus negócios.
O jornalista levava a matéria à direção, e, com a repercussão da denúncia ganhava status profissional.
Com esse status ele ganhava liberdade para novas denúncias. E aí passava a entrar no mundo de interesses do lobista.
O caso mais exemplar ocorreu na própria Veja, com o lobista APS (Alexandre Paes Santos).
Durante muito tempo abasteceu a revista com escândalos. Tempos depois, a Policia Federal deu uma batida em seu escritório e apreendeu uma agenda com telefones de muitos políticos. Resultou em uma capa escandalosa na própria Veja em 24 de janeiro de 2001 (clique aqui) em que se acusavam desde assessores do Ministro da Saúde José Serra de tentar achacar o presidente da Novartis, até o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Nelson Tanure de atuarem através do lobista.
Na edição seguinte, todos os envolvidos na capa enviaram cartas negando os episódios mencionados. Foram publicadas sem que fossem contestadas.
O que a matéria deixou de relatar é que, na agenda do lobista, aparecia o nome de uma editora da revista - a mesma que publicara as maiores denúncias fornecidas por ele. A informação acabou vazando através do Correio Braziliense, em matéria dos repórteres Ugo Brafa e Ricardo Leopoldo.
A editora foi demitida no dia 9 de novembro, mas só após o escândalo ter se tornado público.
Antes disso, em 27 de junho de 2001(clique aqui) Veja publicou uma capa com a transcrição de grampos envolvendo Nelson Tanure. Um dos “grampeados” era o jornalista Ricardo Boechat. O grampo chegou à revista através de lobistas e custou o emprego de Boechat, apesar de não ter revelado nenhuma irregularidade de sua parte.
Graças ao escândalo, o editor responsável pela matéria ganhou prestígio profissional na editora e foi nomeado diretor da revista Exame. Tempos depois foi afastado, após a Abril ter descoberto que a revista passou a ser utilizada para notas que não seguiam critérios estritamente jornalísticos.
Um dos boxes da matéria falava sobre as relações entre jornalismo e judiciário.
O boxe refletia, com exatidão, as relações que, anos depois, juntariam Dantas e a revista, sob nova direção: notas plantadas servindo como ferramenta para guerras empresariais, policiais e disputas jurídicas.
(Fonte: BLOG LUIS NASSIF ONLINE)
Abaixo a reprodução de parte de uma série de postagens esclarecedoras sobre como age a grande mídia na defesa de seus interesses, por ela, inconfessáveis.
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DO BLOG DE LUIS NASSIF (Em: http://www.projetobr.com.br/web/blog?entryId=6310)
O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico.
Para entender o que se passou com a revista nesse período, é necessário juntar um conjunto de peças.
O primeiro conjunto são as mudanças estruturais que a mídia vem atravessando em todo mundo.
O segundo, a maneira como esses processos se refletiram na crise política brasileira e nas grandes disputas empresariais, a partir do advento dos banqueiros de negócio que sobem à cena política e econômica na última década..
A terceira, as características específicas da revista Veja, e as mudanças pelas quais passou nos últimos anos.
O estilo neocon
De um lado há fenômenos gerais que modificaram profundamente a imprensa mundial nos últimos anos. A linguagem ofensiva, herança dos “neocons” americanos, foi adotada por parte da imprensa brasileira como se fosse a última moda.
Durante todos os anos 90, Veja havia desenvolvido um estilo jornalístico onde campeavam alusões a defeitos físicos, agressões e manipulação de declarações de fonte. Quando o estilo “neocon” ganhou espaço nos EUA, não foi difícil à revista radicalizar seu próprio estilo.
Um segundo fenômeno desse período foi a identificação de uma profunda antipatia da chamada classe média mídiatica em relação ao governo Lula, fruto dos escândalos do “mensalão”, do deslumbramento inicial dos petistas que ascenderam ao poder, agravado por um forte preconceito de classe. Esse sentimento combinava com a catarse proporcionada pelo estilo “neocon”. Outros colunistas utilizaram com talento – como Arnaldo Jabor -, nenhum com a fúria grosseira com que Veja enveredou pelos novos caminhos jornalísticos.
O jornalismo e os negócios
Outro fenômeno recorrente – esse ainda nos anos 90 -- foi o da terceirização das denúncias e o uso de notas como ferramenta para disputas empresariais e jurídicas.
A marketinização da notícia, a falta de estrutura e de talento para a reportagem tornaram muitos jornalistas meros receptadores de dossiês preparados por lobistas.
Ao longo de toda a década, esse tipo de jogo criou uma promiscuidade perigosa entre jornalistas e lobistas. Havia um círculo férreo, que afetou em muitos as revistas semanais. E um personagem que passou a cumprir, nas redações, o papel sujo antes desempenhado pelos repórteres policiais: os chamados repórteres de dossiês.
Consistia no seguinte:
O lobista procurava o repórter com um dossiê que interessava para seus negócios.
O jornalista levava a matéria à direção, e, com a repercussão da denúncia ganhava status profissional.
Com esse status ele ganhava liberdade para novas denúncias. E aí passava a entrar no mundo de interesses do lobista.
O caso mais exemplar ocorreu na própria Veja, com o lobista APS (Alexandre Paes Santos).
Durante muito tempo abasteceu a revista com escândalos. Tempos depois, a Policia Federal deu uma batida em seu escritório e apreendeu uma agenda com telefones de muitos políticos. Resultou em uma capa escandalosa na própria Veja em 24 de janeiro de 2001 (clique aqui) em que se acusavam desde assessores do Ministro da Saúde José Serra de tentar achacar o presidente da Novartis, até o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Nelson Tanure de atuarem através do lobista.
Na edição seguinte, todos os envolvidos na capa enviaram cartas negando os episódios mencionados. Foram publicadas sem que fossem contestadas.
O que a matéria deixou de relatar é que, na agenda do lobista, aparecia o nome de uma editora da revista - a mesma que publicara as maiores denúncias fornecidas por ele. A informação acabou vazando através do Correio Braziliense, em matéria dos repórteres Ugo Brafa e Ricardo Leopoldo.
A editora foi demitida no dia 9 de novembro, mas só após o escândalo ter se tornado público.
Antes disso, em 27 de junho de 2001(clique aqui) Veja publicou uma capa com a transcrição de grampos envolvendo Nelson Tanure. Um dos “grampeados” era o jornalista Ricardo Boechat. O grampo chegou à revista através de lobistas e custou o emprego de Boechat, apesar de não ter revelado nenhuma irregularidade de sua parte.
Graças ao escândalo, o editor responsável pela matéria ganhou prestígio profissional na editora e foi nomeado diretor da revista Exame. Tempos depois foi afastado, após a Abril ter descoberto que a revista passou a ser utilizada para notas que não seguiam critérios estritamente jornalísticos.
Um dos boxes da matéria falava sobre as relações entre jornalismo e judiciário.
O boxe refletia, com exatidão, as relações que, anos depois, juntariam Dantas e a revista, sob nova direção: notas plantadas servindo como ferramenta para guerras empresariais, policiais e disputas jurídicas.
(Fonte: BLOG LUIS NASSIF ONLINE)
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