quinta-feira, 10 de abril de 2008

O BRASIL À BEIRA DA GUERRA CIVIL (1961)

Da série ESTAÇÃO HISTÓRIA, do site "Conexão Política", de Franklin Martins.
(Em: http://www.franklinmartins.com.br)

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No dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros surpreende o país e renuncia ao cargo de presidente da República, no qual havia sido empossado sete meses antes. Os ministros militares, insurgindo-se contra a Constituição, vetam a posse do vice-presidente João Goulart, que se encontrava em missão oficial no exterior, sob a alegação de que Jango era comunista. Imediatamente, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, denuncia o golpe, entrincheira-se no Palácio Piratini e, através de uma cadeia de emissoras de rádio, a Cadeia da Legalidade, convoca o país à resistência. Logo conquista a adesão dos governadores do Paraná, Nei Braga, e de Goiás, Mauro Borges, enquanto, nas principais capitais do país, o povo saía às ruas para exigir o respeito da Constituição e a posse de Goulart.

Em resposta, os chefes militares determinam a Machado Lopes, comandante do III Exército, sediado no Sul, que prenda Brizola e sufoque o foco de resistência, mas o general desobedece à ordem, que considera inconstitucional, e une-se ao movimento pela legalidade. Em seguida, manda as tropas do Rio Grande avançarem sobre o centro do país. Para tentar detê-las, é enviado para Santa Catarina o general Cordeiro de Farias. O país está à beira da guerra civil.

Surge, então, uma solução política para a crise. Isolados, os chefes militares são obrigados a retirar o veto à posse de Goulart, mas arrancam o compromisso de que será instituído no país o regime parlamentarista, reduzindo-se os poderes do presidente. Jango aceita o acordo, apesar da oposição de Brizola, sendo empossado no dia 7 de setembro. Dois anos mais tarde, um plebiscito enterraria o parlamentarismo, devolvendo ao presidente os poderes anteriores.

Jango seria deposto em 1964 pelas Forças Armadas.

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