Mais de um mês postando sobre a Baía de Sepetiba. O mote foi oferecido pela colaboradora do blog, Marcia Benevides Leal, e aproveitamos para embarcar. Devem todos pensar: o Marisco não fala sobre outra coisa? Bem , a intenção principal foi sempre mostrar, através do caos de Sepetiba, a degradação ambiental cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. Quantas outras “Sepetibas” espalhadas pelo Brasil? Quantas baías de poluição temos em nosso país? A ação humana degradando ambientes dos mais belos e maravilhosos. As “otoridades” por omissão, mas principalmente por ação direta, levam à destruição. Onde se lê Baía de Sepetiba, leia-se Todos os Santos (BA), Guanabara (RJ), Aratu (BA), Paranaguá (PR), Babitonga (SC), Santos (SP), ou tantos rios poluídos, alguns onde não se encontram formas de vida, como Tietê e Pinheiros (SP), Faria-Timbó e Sarapuí (RJ). Outros tantos agredidos pelo despejo de dejetos industriais e esgoto in natura. Rios Subaé (BA), Paraíba do Sul (MG/RJ), Muriaé (MG/RJ), Guaíba (RS), Iguaçu (PR), Barigüi (PR), Cachorros (MA), Ribeira de Iguape (PR/SP), Mucuri (MG/ES/BA), Anil (MA), Bacanga (MA). Canais do Cunha (RJ), do Linguado (SC), do Calunga (AL). Ribeirão Capivari (SP), que desce a Serra da Mantiqueira e o São Francisco, o Velho Chico, o rio da integração nacional, assoreado e atingido pelo escoamento de agrotóxicos, assim como as águas do Pantanal, agredidas pelo desmatamento, pela intensificação da agropecuária e, também, pelo escoamento de agrotóxicos. Bacias inteiras poluídas, como a dos Sinos (RS) e do Pino (PE). As cursos d'água das Baixadas Santista (SP) e Fluminense (RJ). Lagoas da Conceição (SC), Pituaçu (BA), Imboassica (RJ), Rodrigo de Freitas (RJ), dos Patos (RS).
Por outro lado, basta trocar o nome da Ingá Mercantil por Alumar, Petrobras, Siderúrgica Gerdau Riograndense, Bayer, CSN, Vale, Companhia Siderúrgica do Atlântico, COCELPA, Rio Pomba Cataguases, ou qualquer outra indústria química, petroquímica, usinas de produção de açúcar e álcool, indústria naval e outras tantas que despejam diariamente em nossas águas esgoto doméstico e industrial, resíduos de lixões, agrotóxicos, óleos, poluentes orgânicos persistentes, metais pesados, etc. Podemos citar, ainda, empresas portuárias como a Cia. Docas, da qual postamos publicação em que, obviamente, defende e apresenta o Porto de Sepetiba/Itaguaí (RJ) como uma jóia da coroa, assim como todo seu complexo portuário. Ainda o Complexo Industrial Portuário de Suape (PE), que ao destruir os manguezais e demais biomas da região onde se reproduziam diversas espécies marinhas, provocou ataques a humanos por parte de tubarões famintos, que não encontravam mais nas águas elementos naturais de sua cadeia alimentar.
Por fim, um triste exemplo de personagem que se multiplica na elite política brasileira. O Sr. Carlos Minc, que na cronologia das postagens aparece como deputado estadual, secretário estadual do ambiente e, finalmente, como ministro do meio ambiente. Desde sua atuação, ainda como deputado estadual, criando lei relativa à poluição na Baía de Sepetiba e à Ingá Mercantil, a poluidora, até a sua gestão como ministro, deixou de lado os interesses e as necessidades dos trabalhadores atingidos. No mínimo estranho, para alguém filiado a um partido dito dos Trabalhadores.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Marisco.
Às vezes bate uma desesperança na gente, mas quando isto acontece comigo saio andando e bebo bastante água e procuro não ficar com raiva, mas isto está ficando difícil, pois parece que o anticristo ambiental estava aqui o tempo todo. Se fizer
a cronologia você vai chegar onde cheguei. A situação do país está nas mãos dos seus habitantes e somos muitos. Falta-nos apenas a informação. Não tenho vaidade, mas sou orgulhosa e acho que todos devemos ser. Entrei para te visitar e tomei aquele gás. Você é um habitante importante deste país. SELVA! GERCO! Márcia Benevides Leal brasileira moradora em Maricá e que antes de andar já estava em Sepetiba.
Postar um comentário