Título estranho, mas que facilmente se explica, ao ler o artigo publicado neste blog. O Protocolo de Kyoto sequer teve seus objetivos secundários alcançados e já está defasado da realidade. O pós Kyoto já está em andamento.
Existe uma crise no mundo. Ela ainda não se expressou no Brasil. Em parte pela boçal política monetária implementada nos últimos l6 anos, em parte pela fragilidade brasileira frente ao mercado de exportação/importação mundial.
Por absurdo que pareça, o descomunal arrocho monetário sustentado ao longo dos anos, com juros na estratosfera, contenção de crédito e falta de liberdade das aplicações, via depósito compulsório, garantem, neste momento, uma margem de manobra maior ao Brasil, em comparação a outras economias. Resta saber até quando.
Comparando a atuação dos principais bancos centrais mundo afora e dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, vê-se a folga que o Brasil tem para atuar. Com o maior juro dos mundo, o BC brasileiro, tem, portanto, o maior espaço do mundo para trabalhar seu nível. Com a profunda contenção de crédito, via juro alto, depósito compulsório elevado e expansão monetária neutra, o governo tem o maior espaço do mundo para ampliar o crédito, sem criar qualquer risco inflacionário. Com o maior nível de depósitos compulsórios do mundo, o BC tem o maior espaço do mundo para liberalizar a expansão monetária, sem lançar mão de emissões.
O reflexo da crise no Brasil é, até agora, psicológico. Fora a escalada do dólar, que,
certamente, é especulativa, todos os indicadores sócios-econômicos continuam positivos. A renda média não apresenta queda. Igualmente o nível de emprego. As maiores empresas nacionais e as transnacionais atuantes no país não têm pretensão de reduzir a produção. Uma ou outra, atingida por estilhaços externos, planejam realocar recursos, mas não reduzir produção.
Claro que a chegada dessa crise ao Brasil é questão de tempo, posto que a economia mundial se interliga de forma umbilical e os especuladores não permitirão passarmos incólumes. A crise, produzida única e exclusivamente pela especulação, e a especulação, célere e firmemente atuante no Brasil, se alimenta de crises.
Aí entra nosso olhar crítico, pois se o assunto principal é aquecimento global e o Protocolo de Kyoto, por que todo esse papo econômico? O próprio artigo anteriormente reproduzido responde.
Embora escrito há cerca de um ano, o artigo de Aurélien Bernier, atualíssimo, baseia toda sua lógica, muito bem estruturada, na especulação que dominou o cenário criado por Kyoto e seus derivativos (sempre eles). O defenestrado Lehman Brothers, ator-mor da especulação mundial, aparece imponente na lógica dos derivativos de Kyoto, o que, por si só, já faz visualizar a interligação nefasta entre economia mundial, finanças e meio ambiente. Ou: adeus meio ambiente e cada um que se vire para respirar.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
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2 comentários:
Daqui há pouco vamos pagar até para respirar.
RIBEIRO.
Ribeiro, já estamos pagando. Veja a quantidade de doenças respiratórias e outras doenças relacionadas à poluição do ar.
Angela Maria.
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