quarta-feira, 2 de julho de 2008

CIMI DENUNCIA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA INDÍGENAS

No ano de 2007, nove indígenas foram vítimas de violência sexual no Brasil. Destes, quatro eram menores de 18 anos. Oito casos de estupro consumados e uma tentativa frustrada, mas repleta de violência e agressividade. Em três ocorrências, os acusados eram também indígenas. Os dados constam do relatório “A violência contra os povos indígenas no Brasil”, publicado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
Ainda de acordo com o relatório, os números de 2006 foram ainda piores. O CIMI registrou doze ocorrências de violência sexual contra indígenas, como aliciamentos, estupros e tentativas violentas. O estado do Mato Grosso do Sul liderou em 2006 e em 2007 a triste estatística de violência contra indígenas.
Um dos casos mais graves registrado em 2007, ocorreu em setembro, na aldeia Bororó, Mato grosso do Sul. Um índio da etnia Kaiowá foi espancado e violentado por outros cinco jovens, sendo que quatro eram menores.
Em 2008, o caso que mais chamou a atenção dos pesquisadores do CIMI, ocorreu no município de Olinda do Norte, no Amazonas. Em março, uma adolescente da etnia Munduruku sofreu uma tentativa de estupro. O acusado pela agressão, segundo ficha do caso, é um vereador da cidade. A índia relatou que aceitou carona na motocicleta do agressor por tratar-se de vereador e pessoa muito conhecida na cidade. Quando percebeu a intenção do estupro, pulou da moto e torceu o pé. Imobilizada, foi agredida. Uma outra adolescente que tentou socorrê-la, também foi brutalmente espancada. As adolescentes denunciaram o caso na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Criança e o Adolescente e na Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Contudo, o CIMI apurou que, até o momento, nenhuma providência foi tomada.
O episódio mais recente de violência sexual contra indígenas, foi registrado em 25 de junho passado. Uma adolescente da etnia Xavante morreu durante cirurgia no Hospital Universitário de Brasília. A adolescente não resistiu à violência sofrida, sendo confirmado pelo boletim médico profundas perfurações no órgão genital e em diversos órgãos abdominais. A polícia já esclareceu o caso. A menina, que apresentava problemas neurológicos, foi atacada pela própria tia, dentro da Casa de Apoio à Saúde Indígena (CASAI), do Distrito Federal, que pertence à Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). O CIMI acompanha o desenrolar das investigações e o desfecho de mais um triste caso.

2 comentários:

Val Du disse...

Oi, Marisco.
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Abraços

Cristina Roseno disse...

acredito que todos esses casos de violencia contra os indios, têm a ver com a falta de conhecimento sobre a própria cultura indigena. Além de não haver uma regualmentação da siuação do indio na nossa sociedade. O que mais impressiona é como casos e dados tão alarmantes não caem na mídia...