segunda-feira, 27 de abril de 2009

PARADOXO DO NOSSO TEMPO

"Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.

Nós bebemos demais, gastamos sem critérios.

Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais, perdemos tempo demais em relações virtuais, e raramente estamos com Deus.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver.

Adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho.

Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma.

Dominamos o átomo, mas não nosso preconceito.

Escrevemos mais, mas aprendemos menos.

Planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa."



"Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.

Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer 'eu te amo' à(ao) sua(seu) companheira(o) e às pessoas que ama,
mas, em primeiro lugar, se ame.

Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.

Por isso, valorize sua familia, seus amores, seus amigos, a pessoa que lhe ama, e, aquelas que estão sempre ao seu lado."

(George Carlin)

George Denis Patrick Carlin (Nova Iorque, 12 de maio de 1937 — 22 de junho de 2008), ator, comediante e autor estadunidense. Foi um dos pioneiros do humor de crítica social.
Por sua postura diante da sociedade e suas críticas ferozes tornou-se ícone da contra-cultura. Ateu convicto e contundente opositor das religiões, defendia, contudo, valores seculares.

Um comentário:

Val Du disse...

Grande mensagem.
Sabe que eu estava querendo ler algo assim.
Que bom ter amigos que escrevem coisas muito boas.

Um grande abraço.