quinta-feira, 2 de abril de 2009

HISTÓRICO DA SERRA DA MISERICÓRDIA

A Serra da Misericórdia é em sua maioria de origem vulcânica. Em tempos remotos a terra se abriu neste ponto do globo terrestre saindo do seu núcleo lavras incandescentes que após se resfriar deram origem às formações rochosas de granito cinza e granito claro. Em algumas partes da Serra teve formação rochosa sedimentar. Calculam os geógrafos que há vinte mil anos a Serra era um maciço montanhosos de pura rocha. Com sua atual extensão mas sem nenhuma cobertura vegetal; com o tempo, os animais e o vento forma depositando material nutritivo para vida vegetal. A natureza caprichosamente, durante milhares de anos, foi formando ilhotas de terra sobre as montanhas criando condições biológicas para a formação dos biomas, nascendo assim os primeiros vegetais que ao morrerem adubaram mais o solo, formando mais terra que com o decorrer dos séculos já tinha formado toda a cobertura vegetal.A primeira vegetação foi rasteira e num processo natural forma surgindo as árvores primárias de pequeno porte, criando assim completa condição para o nascimento de árvores nobres que formam o bioma de mata atlântica que abriga a maior biodiversidade (variedade de fauna e flora) do planeta. As mais de vinte micro bacias com suas nascentes abundantes ajudaram na formação da macro Bacia da Guanabara engrossando as águas dos rios Timbó, Faria-Timbó e Irajá.Em 1.500 viviam na região da Serra da Misericórdia, índios Tamoios, Nhá Uns (pássaro preto, unicórnio), jacarés, onças pintadas, macacos e muitos outros animais. Os portugueses utilizavam os pequenos rios Jacaré, Faria e Timbó para adentrar com pequenas embarcações, os arredores da serra, que era em parte, área pantanosa (manguesais). Estes rios que eram navegáveis, antes do total desmatamento. Suas águas eram em abundância.A área Sul da Serra recebeu primeiramente o nome de “Tapera de Inhaúma” – Tapera = “Tabas abandonadas” – devido ao extermínio dos índios Tamoios nesta região, que contra armas de fogo, se viam obrigados a abandonar suas tabas e suas tabas e suas faluas (embarcações pequenas) – e “Inhaúma” => Mistura das palavras “Nha” e “Un”. Posteriormente, esta mesma área que abrangia os bairros atualmente chamados de Caju/ Penha/ Campinho/ Freguesia de Jacarepaguá fora chamada de Curato e em 1743 transformada em Freguesia de Inhaúma, fazendo divisa com a Freguesia de Irajá, no dorso da Serra.Portugal enviou para cá, estrategicamente, religiosos Jesuítas que fundaram a Paróquia de São Thiago de Inhaúma e militares que construíram fazendas – chamadas de “engenhos” – podemos citar algumas das mais produtivas: Engenho da Pedra, Engenho Novo e Engenho da Rainha, que foi propriedade de Carlota Joaquina, membro da família Imperial.O Engenho da Pedra que ia desde a ponta do atual bairro do Caju até a Penha, no qual se situavam vária praias inclusive a praia de Inhaúma, pertencia estrategicamente a um militar, buscando evitar a invasão de países interessados no Rio de Janeiro.A Freguesia de Inhaúma foi a mais importante região agrícola do Brasil, exportando açúcar, aguardente de cana e Café. As principais vias de transporte utilizadas pelos fazendeiros para os portos de Maria Angú – em uma das 12 Ilhas do mar de Inahúma e do centro – a atual praça XV – eram os rios Jacaré, Faria e Timbó. Alcançavam os portos cruzando os rios utilizando as embarcações deixadas pelos índios Tamoios, as “faluas”, ou por caminho terrestre. A Freguesia de Inhaúma perdeu sua importância agrícola ao começar a corrida para “as” Minas Gerais tornando a exploração de pedras e metais preciosos de maior importância. Esta atividade comercial levou a criação da Estrada de Santa Cruz, que levava à Minas e São Paulo; Estrada que atualmente é a Av. Dom Elder Câmara (Antiga Av. Suburbana).Os engenhos foram sendo transformados em freguesias urbanas, a começar por Engenho Novo. Com o crescimento da população, a freguesia de Inhaúma fora se dividindo em vários bairros. Dando origem por exemplo aos bairros do Méier, Madureira e Bonsucesso. Inhaúma acabou sendo apenas o nome de um dos bairros.

BIBLIOGRAFIA:
Cláudio Martins - Geólogo - UFF
Elmo Amador - Geólogo - Mov. Baía Viva
Joaquim Justino M dos Santos - Historiador - UFRJ - Fundação Rio Zoo



Autor: Programa Rede Jovem

Nome: Por Luis Carlos

E-mail: comunicacao@redejovem.org.br

Um comentário:

seviero disse...

Muito bom. Ver também em meadd.com/seviero
Um abraço e até breve. Seviero